segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Expansão e Projeção da Congregação Cristã no Brasil

 A fundação e o expansionismo da CCB estão diretamente ligados ao seu fundador. Francescon seguiu a rota dos imigrantes italianos, apesar de não ser um movimento de missões, buscava seus pares identitários nas regiões em que recebeu refúgio, fazendo das terras de acolhida uma nova morada: “O patriarcalismo da colônia italiana que foi a base inicial, ele conseguiu tornar-se o cimento da igreja” (ANTONIAZZI, 1994, p. 101). Em 1910, Alencar (2013) discorre que, quando a Igreja chegou ao Brasil, a característica predominante na população era rural, porém já existiam os grandes centros urbanos que já progrediam com as ferramentas da civilização do velho continente, tais como: bondes, linhas de trens, telefone e muitos jornais. O Brasil se destacava pela maior produção mundial de matérias-primas como a borracha (ao norte) e café (ao sudeste). Em meio a esse cenário, a Igreja implanta-se e expandese: É então, na primeira década do alvissareiro século XX, que o pentecostalismo chega ao Brasil. É mais uma das muitas novidades vindas dos EUA, mas trazido por europeus. Luigi Franscecon (1866-1964), italiano funda a Congregação Cristã do Brasil – CCB, na região sudeste (ALENCAR, 2013, p. 167). Apesar de o Pentecostalismo vir dos EUA, foi trazido por europeus, que tem certas diferenças. O pentecostalismo nos Estados Unidos foi um fenômeno genuinamente urbano, interdenominacional, nas classes menos favorecidas. Seu marco histórico se deu na Missão da Fé Apostólica, sob a liderança de W. Seymor (1870-1922), porém teve manifestações distintas em diferentes locais e países. Seu nascimento foi ocasionado por meio de um movimento multifacetado, religioso, predominantemente difundido entre os menos favorecidos na sociedade, de caráter rural inicialmente. Sua trajetória acompanha a mobilidade dos imigrantes italianos ao sudeste, norte e nordeste do País:

Em suas três primeiras décadas, seus líderes e membros eram, majoritariamente, compostos por imigrantes italianos, que seguiram Francescon após sua expulsão de uma igreja presbiteriana na capital paulista, por pregar a mensagem pentecostal. No inicio de 1911, chegaram à região amazônica os suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg. Os dois missionários batistas, que, tal como Francescon, haviam se convertido ao Pentecostalismo através de William H. Durmam, em Chicago. Fundaram em Belém do Pará o embrião da futura maior denominação pentecostal da América Latina, a Assembleia de Deus, que logo nacionalizou suas lideranças e se espraiou por meio do evangelismo os leigos. O período de implantação do Pentecostalismo no Brasil, denominado por Freston (1994a) de primeira onda e por Mariano (1999) de Pentecostalismo Clássico, prolongou-se até o final da década de 1940. Ele foi marcado pela rápida expansão geográfica da Assembleia de Deus, que acompanhou o elevado fluxo migratório rural-urbano das regiões norte e nordeste para a sudeste, economicamente mais desenvolvida, e por uma expansão modesta da Congregação Cristã, que, restrita por duas décadas a adeptos de origem italiana, expandiu-se, geograficamente, num terreno menos amplo, sobretudo pelo interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e norte do Paraná (MOREIRA, 2015, p. 48). Houve dois pentecostalismos distintos: o da CCB e o das assembleias de Deus. Respectivamente, uma com características étnicas, de origem presbiteriana, homogênea, ultracalvinista, episcopal, oral e apolítica, localizado ao sudeste brasileiro; a outra, batista, congregacional, arminianista, heterogêneo, abrasileirado, localizada no nordeste do país. A primeira continua com a mesma conduta “fechada” das origens (ALENCAR, 2013). Desse modo, não se pode afirmar com exatidão sobre o crescimento da CCB por Não possuir nenhum tipo de registro, rol ou listagem de membros, e nem folhetos ou material evangelístico. Desta forma, o estudo da construção dos templos torna-se uma das formas mais seguras e consistentes de realização da análise de seu crescimento (MONTEIRO, 2010, p. 143). A falta de registros dos membros que possam ser pesquisados leva o leitor a outras formas de observações como a quantidade de construções ao longo dos anos que podem ser interpretadas como meio de análise do crescimento da CCB: Análises a serem realizadas a partir da localização no País revelariam as rotas de expansão, permitindo análises sobre o crescimento rural e/ou urbano ao longo do tempo e possibilitando análises sobre a inserção e permeabilidade da CCB nos diferentes segmentos sociais a partir de estudos dos bairros. Neste trabalho utilizamos apenas a documentação sobre os templos como meio seguro de identificar a inserção de um grupo num espaço geográfico determinado (MONTEIRO, 2010, p. 143).

Nos próprios relatórios da CCB, dos quais Monteiro (2010) teve acesso, consta que tal como era no início, as conversões se mantiveram da mesma forma. Sem nenhum tipo de repercussão midiática, proselitismo e aderência às comemorações seculares, consideradas profanas. O mover estabelecido pela promessa do Espírito Santo revelado pelo dom de línguas (glossolalia) é considerado o motivo que levou ao aumento considerável de conversões. Outra forma de contagem censitária dos membros da CCB é por meio do evento da ceia que ocorre uma vez ao ano: “[...] eles fazem a ceia de ano em ano, e usam esse dia para conferir a igreja, a fim de saberem o número de adeptos que possuem” (AMARAL, 2002, p. 117). Desse modo, a quantidade de fiéis passa a ser um estudo secundário, a pesquisa focaliza as características fundantes dessa agremiação, servindo para melhor defini-la, além de sua estrutura, doutrinação e ritos litúrgicos

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