USOS, COSTUMES E DOUTRINA
É comum pessoas me perguntarem se é certo, se é bíblico, se é invenção humana, se é ordem divina, essas proibições existentes dentro das igrejas.
O que iremos descrever, não será no intuito de advogar, tampouco condenar tais práticas, mas expor o lado histórico, pois, alguns pastores ou líderes religiosos impõem tais métodos e não explicam, apenas querem que seus subordinados ou liderados, as executem como sendo verdades absolutas. Iremos aqui descrever algumas, das que são mais populares dentro das igrejas cristãs, não todas, pois, são muitas.
O que é uso?
Podemos definir como prática local; costume habitual; emprego frequente; prática consagrada e constante.
O que é costume?
Segundo o dicionarista Adriano da Gama Kury, define como prática habitual; característica; modo de proceder; particularidade, prática jurídica ou religiosa não escrita, baseada na moda ou no uso; traje característico. O dicionário Aurélio define como uso; pratica geralmente observada; hábito.
O que é doutrina?
É o conjunto de princípios que serve de base a um sistema religioso, político, filosófico, militar, pedagógico entre outros. No grego a palavra que mais se aproxima é didache (Διδαχή) que significa ensino, instrução.
Nesta feita podemos discernir que usos e costumes é a prática frequente, que quando observada por uma sociedade, tem sua conduta, baseada no hábito.
Assim podemos aplicar no lado religioso, judaico ou cristão que, doutrina é todo o ensinamento vindo da parte do ETERNO por meio de sua escritura, que nos ensina, corrige e instrui, para que venhamos ser cidadãos exemplares, para uma sociedade que a cada dia que se passa estar ficando mais distante de D-US.
''Vale salientar que usos e costumes não é doutrina. Também não é heresia, porém, torna-se ensino herético quando atribui sua prática à salvação''.
Os principais líderes religiosos protestantes tinham um zelo extremo pela sua conduta, uma vida totalmente de fervor, rendida a D-US, que os levaram a costumes e usos rigorosos, mantendo-os em uma disciplina constante, que fez com que seus liderados o tivessem como modelos a serem seguidos.
Ao passar do tempo, vemos que tais práticas começaram a ser incorporadas no movimento como se fosse doutrina bíblica, saindo...
...de tradição para convenção;
...da prática popular para estatutos;
...da cultura oral, para tópicos de ensinamento de conduta cristã evangélica, Fazendo com que...
...o que dantes era espontâneo passasse a ser normativo;
...o que era pessoal, passasse a ser coletivo;
...e o que era culto particular, viesse a ser costume denominacional.
Deixarei aqui bem claro, que a prática dos usos e costumes denominacionais, não são errados, porém, estes não conduzem ninguém ao inferno ou ao céu, por não terem valor salvífico. O próprio Apóstolo Saulo escreveu em sua carta a igreja de Colossos no capítulo 2:
20 - Já que vocês morreram com cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras tais como:
21 - "não toque", "não manuseie", "não prove"?
22 - Todas essa coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos.
23 - Essa regras, têm de fato aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não tem valor algum para refrear os impulsos da carne.
Há algumas passagens bíblicas, que contêm algumas citações que repreende de certa forma o uso de jóias. Infelizmente não se analisando o texto que contém tais prerrogativas, faz com que pareça ser errado, mas temos que antes de tudo examinar. O Teólogo Saulo repreendia a igreja em Colossos pelo exagero, pois tais costumes naquela época passariam, não diferentemente de hoje. Alguns seguidores evangélicos, infelizmente ainda alude santidade à vestimenta.
"Se um indivíduo estiver de bermuda, com uma corrente no pescoço, uma pulseira no braço, estar desviado; Se uma irmã estiver usando brincos, batom, cordões em seu pescoço ou até mesmo praticando uma simples atividade física, tipo caminhada com uma roupa adequada, é por que estar em pecado ou querendo se expor para os homens."
Como sempre diz o Pr. Silas Malafaia(Pastor Presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo):
- Entregamos por muitas vezes, coisas ao diabo, quando na realidade, apenas duas a Bíblia atribui a ele, que é o pecado e a mentira.
Reflitam comigo:
Quantos irmãos e irmãs não foram disciplinados ou excluídos por terem uma TV em casa?
Quantos irmãos e irmãs não foram disciplinados ou excluídos por usarem uma Bijuteria?
Quantas irmãs não foram disciplinadas ou excluídas por cortarem ou apararem seus cabelos, ou terem praticado higienização corporal tais como a depilação?
Quantos irmãos não foram disciplinados ou excluídos por deixarem os seus cabelos um pouco alongados, ou usarem cavanhaque ou barba?
Quantos irmãos e irmãs não foram disciplinados ou excluídos por terem ido à praia, ou ao cinema?
Quantos irmãos não foram disciplinados ou excluídos por usarem uma bermuda, uma camiseta, ou irmãs por usarem uma calça comprida, um diadema, um batom?
Quantos irmãos ou irmãos não foram disciplinados ou excluídos por praticarem alguma atividade física, tipo futebol, ginástica, natação?
Quantos irmãos ou irmãs, foram mal interpretados por fazer um curso teológico, e foram desprezados e até proibidos de pregarem?
Muitas vezes durante minha infância, escutei irmãos dizendo que foram arrebatados em espírito (segundo eles), e que D-US os havia levados aos céus, e depois ao inferno, e lá (no inferno) viram muitos diademas, cabelos, brincos, jóias, e para minha tristeza, cheguei a ver irmãos numa euforia bradarem:
"- É de D-US, fala mais Jesus", enquanto que os que aderiam as tais práticas, eram submetidos a exposição do ridículo.
Escutei também que quando uma pessoa iria pra uma sala de aula, efetuar um curso teológico, este se desviaria, pois quem fazia Tia Luzia (curso de teologia) ou viraria ateu ou se desviava.
O que era mais doloroso, era que quando estes indivíduos estavam disciplinados, eram semelhantes aos leprosos, eram desprezados, e os que estavam na dita comunhão com a igreja, não cumprimentavam a estes até que suas disciplinas terminasse. E hoje será que é diferente?
Pela suma misericórdia do ETERNO, algumas dessas coisas estão mudando. Alguns pastores estão abrindo os olhos espirituais e vendo que alguns ensinamentos, ultrapassam o que diz a Bíblia (único manual de fé e prática cristã).
COMO SURGIU AS PRÁTICAS E PROIBIÇÕES DOS USOS E COSTUMES
Como descrevi acima, essas práticas surgiram por observação dos liderados aos seus líderes. Os missionários Gunnar Vingreen e Daniel Berg eram suecos, logo, o país dos quais os missionários vieram, é uma país frio onde suas vestimentas são mais alongadas e grossas para poder aquecer e proteger o corpo do frio intenso. Ao chegar ao Brasil, viram que se tratava de uma terra tropical, quente, e que o sol castigaria assim suas peles brancas. Estes homens passaram a usar roupas compridas de tecidos leves para proteção, devido a exposição direta ao sol.
Daniel Berg e Gunnar Vingreen - Fundadores da Assembleia de Deus no Brasil em Belém / PA
No fim do século XIX, houve um movimento estadunidense conhecido como movimento de temperança, que nada mais era do que, a abstinência do álcool. Você deve estar se perguntando: o que tem haver o álcool com os evangélicos?
Jonh Wesley, Pastor fundador da Igreja Metodista, uma das mais antigas igrejas protestantes, foi um dos que mais pregou a favor do movimento anti-álcool, onde pregava que a única cura para quem bebia era a abstinência. Apesar da adesão de alguns pregadores, o movimento perdeu força durante a guerra de sucessão, que mais tarde ressurgiu por meio da UNIÃO FEMINISTA PELA TEMPERANÇA CRISTÃ, e foi tão bem sucedido, que Catherine Booth (esposa do fundador do exército da salvação Willian Booth) observou em 1879, que quase todos os ministros cristãos estadunidenses, haviam se tornados abstênios.
Pr. Jonh Wesley - Fundador da Igreja Metodista
EUA e Inglaterra
Este movimento obteve maior êxito em 1919 com a décima oitava emenda da constituição dos EUA, que estabeleceu a proibição de venda e consumo de alcool no país inteiro, inclusive o seu consumo especialmente na ceia do Senhor. Esse posicionamento veio em virtude do segundo grande despertar, que enfatizava a santidade pessoal e o perfeccionista na praxis cristã. Esta emenda mais tarde foi revogada em 1933 pela vigésima primeira emenda.
Ao contrário do que pensamos grandes pregadores da palavra de D-US, eram adeptos do vinho, da cerveja ou até mesmo do cigarro.
A esposa de Martinho Lutero, Catarina Von Bora, fabricava cerveja para o marido;
João Calvino recebia quase sete barris de vinho, como parte de seu salário anual em Genebra;
Tanto João Calvino, quanto Martinho Lutero ensinavam que a igreja poderia usufruir de tudo, com moderação, como produto da graça de D-us, mas não poderia se deixar dominar por nenhuma delas, conforme o ensino de Saulo, em 1ª Corintios 6. 12b: Tudo me é lícito, mas, nem tudo me convém a fazer; Tudo me é permitido, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas.
Um grande pregador batista reformado Charlles Haddon Spurgeon, era um grande apreciador de charutos. Em um de seus sermões chegou a assumir que fumava charutos antes de suas pregações. Chegou a ganhar uma marca de charutos com seu nome.
Cerveja do pai da reforma(Martinho Lutero)
Vinho feito para João Calvino
Charles Haddon Spurgeon - o príncipe dos púlpitos
como era conhecido
USOS E COSTUMES NO PENTECOSTALISMO BRASILEIRO
O movimento de temperança enraíza-se principalmente nas Assembleia de Deus no Brasil e Congregação Cristã no Brasil (igreja do véu) e no início dos anos 60 do século XX, na Igreja Pentecostal Deus é Amor. A CCB é a primeira igreja pentecostal a ser aberta em solo brasileiro no estado do Paraná, com isso trouxe também e aplicou aqui o movimento da temperança.
Luigi Francescon Fundador da Congregação Cristã do Brasile sua esposa Catherine
Dentro das Assembleias de Deus, os costumes não se dá de forma institucional, mas verbalizadas pelos líderes locais. Ocorreu vários debates sobre tais maneiras comportamentais de indivíduos pentecostais serem inseridos no mundo, acarretando em muitas vezes em debates e até rompimento de pastores divergentes a essas questões, entre os anos de 1930 a 1975. Essas questões eram personalista, ou seja, cabia ao líder ou pastor local a decisão entre comportamentos a serem seguidos pelo rebanho ou seus liderados, fazendo com que muitos aderissem ao radicalismo; foi o caso do presbitério da Assembleia de Deus de São Cristóvão / RJ (também fundada por Gunnar Vingreen em 1924), que o Pastor Otto Nelson(também sueco), estabeleceu regras rígidas e proíbicistas sobre vestuário e cortes de cabelos femininos, onde ficou registrado na primeira quinzena de Julho de 1946 no jornal " O MENSAGEIRO DA PAZ".
Pr. Otto Nelson
Na convenção das Assembleia de Deus realizada no Recife / PE, no mesmo ano, exigiu-se de todos da convenção carioca retratação, por parte dos convencionais, de tais regras, que inferiorizava-se as mulheres no ponto de vista masculino. Já próximo do fim da convenção o também sueco Missionário e Pastor Samuel Nystron, publica um texto, que seu título era: "DANDO LUGAR A OPERAÇÃO DO ESPÍRITO". O missionário abre o seu discurso citando o livro do profeta Zacarias capítulo 4 verso 6 que diz:
"Não por força, nem por violência, mas pelo Espírito diz o Senhor dos Exércitos." No mês de Janeiro do ano seguinte a convenção, em 1947, a convenção carioca, retrata-se sobre o ocorrido, fazendo com que essas questões não sejam mais citadas por um bom período, vindo a ser tocado no assunto anos mais tarde.
Após de 16 anos, a tendência volta a ser citada e discutida em final de 1962 a início de 1963. Coincidente ou não, é exatamente nesse ano, em 1963, que um homem foi consagrado pastor, e fundou a Igreja Pentecostal Deus é Amor o então Missionário David Martins de Miranda. Esta igreja tem uma regulamento interno, tão rigoroso, quanto às demais citadas.
David Martins de Miranda - Fundador da Igreja Pentecostal
Deus é Amor Vila Maria / SP
No ano de 1975 durante a vigésima segunda reunião da convenção da CGADB, realizada em Santo André (SP), é publicada uma resolução, contendo oito restrições comportamentais (OCTÓLOGO), de observância obrigatória para os membros das Assembleia de Deus. Neste ano a CGADB (Convenção Geral das Assembleia de Deus no Brasil) era presidida pelo Pr. Túlio Barros Ferreira, que também era pastor da Assembleia de Deus de São Cristovão / RJ(COINCIDÊNCIA, NÃO?), que direcionou o então Pr. Geziel Nunes Gomes, para ler a resolução:
Pr. Túlio Barros
A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, reunida na cidade de Santo André, Estado de São Paulo, reafirma o seu ponto de vista no tocante aos sadios princípios estabelecidos como doutrinas na Palavra de Deus - a Bíblia Sagrada - e conservados como costumes desde o início desta obra no Brasil. Imbuída sempre dos mais altos propósitos, ela, a Convenção Geral, deliberou pela votação unânime dos delegados das igrejas da mesma fé e ordem em nosso país, que as mesmas igrejas se abstenham do seguinte:
1. Uso de cabelos crescidos, pelos membros do sexo masculino;
2. Uso de traje masculino, por parte dos membros ou congregados, do sexo feminino;
3. Uso de pinturas nos olhos, unhas e outros órgãos da face;
4. Corte de cabelos, por parte das irmãs (membros ou congregados);
5. Sobrancelhas alteradas;
6. Uso de mini-saias e outras roupas contrárias ao bom testemunho da vida cristã;
7. Uso de aparelho de televisão – convindo abster-se, tendo em vista a má qualidade da maioria dos seus programas; abstenção essa que justifica, inclusive, por conduzir a eventuais problemas de saúde;
8. Uso de bebidas alcoólicas.
Pr. Geziel Nunes Gomes
Quem gosta de defender tais proibições citadas, agarram com unhas e dentes textos isolados para assim criar uma doutrina, não lendo o contexto fazendo um pretexto, forçando a interpretação do texto para massagear seus egos.
Vamos a 1ª carta Apóstolo Saulo direcionada a Timóteo (2. 8-10), em meados do ano 64 d.C., que ele escreveu o seguinte:
Quero (Saulo), pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem discussões.
Da mesma forma quero (Saulo) que as mulheres se vistam modestamente, com decência e descrição, não se adornando com tranças, nem ouro, nem pérolas, nem roupas caras, mas com boas obras como convêm as mulheres que professam adorar a D-US.
Essa carta foi direcionada a Timóteo, um jovem líder na cidade de Éfeso, uma cidade progressista, rica e idólatra. Seu comércio girava em torno da manipulação do ouro. Esta cidade tinha como sua principal deidade, Diana (deusa da fertilidade). Esta era uma cidade que tinha um alto nível cultural, principalmente dos estoicos e epicureus (filósofos que contendiam com Saulo em Atenas At. 17.18). Os epicureus ensinavam que o prazer seria o sumo bem para os homens. Os estoicos era o inverso, pregavam que o prazer nunca deve ser o motivo para nossos atos. Zenão de Cítio, fundador desta seita, aconselhava seus discípulos a dominarem seus prazeres, para resistirem a influências externas. A insensibilidade desta seita era tão grande, que assemelhava-se a dureza. O propósito de Saulo ter inscrito os versículos acima citados, foi exatamente para que os seguidores do caminho, não se vestissem de maneira igual com as outras moradoras daquela cidade, que adoravam a deusa Diana, com seus adornos, tranças, pérolas e roupas extravagantes, no intuito de despertar a sensualidade, para que assim não fossem confundidas com as discípulas do santuário da fertilidade.
Vamos agora a 1ª carta do Apóstolo Pedro, que foi inscrita para os seguidores do caminho naquela região (Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia), no capítulo 3 verso 1. Na versão grega deste texto, diz:
Mulheres, seus compromissos não devem ser externo com ouro, vestimentas caras, frisar de cabelos, mas com coração puro ao seu marido.
na versão em português
Semelhante vós mulheres estejam sujeitas a vosso maridos, afim de que se alguns deles, não obedecem à palavra, seja ganhos sem palavras, pelo proceder de sua mulher, observando sua CONDUTA HONESTA e RESPEITOSA DE VOCÊS.
A beleza de vocês não deve estar nas tranças em seus cabelos, jóias de ouro, roupas finas, ao contrário, esteja no seu interior que não perece, beleza mostrada em um espírito dócil(mansidão) e tranquilo(paz).
Em momento algum vemos Pedro proibindo, mas, alertando as mulheres a serem submissas ao seus maridos, porém, não submissas aos costumes pagãos deles (frequentantes do templo da deusa grega afrodite e da deusa romana Vênus), mas viverem uma submissão, com finalidade cociente de conquistar seus maridos ainda rebeldes, a palavra de D-US. Pedro escreveu esta carta, para mesma região que Saulo, em diferenças apenas de alguns meses. Neste capítulo, vemos que Pedro vem falando aos esposos e esposas, marido e mulher. Não devemos forçar o texto, para simplesmente defender nossos caprichos, assim sendo feito e ensinado, torna-se-á heresia.
Ao contrário do que muitos pensam, não são apenas as igrejas pentecostais que teve seus exageros na história. As igrejas tradicionais(como são conhecidas) Batistas e Presbiterianas, também tiveram. Há casos de que um simples jovem por nome Luiz de Carvalho, que por que tocava um simples violão, dentro da igreja, este recebeu exclusão temporária da Convenção Batista Brasileira. Outro caso ocorreu na Alemanha com o músico Johann Sebastian Bach que foi obrigado a conter sua criatividade diante do estilo simplório de música, imposto pela corte do príncipe calvinistia Leopoldo de Anhalt-Kothen.
Outro grande exemplo, é que as batistas regulares, não aceitam o instrumento de percussão (bateria por exemplo), ou seja, há fundamentalismo não somente em igrejas pentecostais, mas também nas tradicionais.
Houve uma época em que até mesmo a igreja católica, não aceitava que as mulheres fossem a missa de bermuda, blusas sem manga, roupas transparentes, etc., quem assim fosse, não receberia a hóstia (comungava). Assim vemos que o zelo exacerbado, não parte apenas das igrejas pentecostais, mas de outras igrejas cristãs também.
O apóstolo Saulo escrevendo aos Coríntios no capítulo 15 e versículo 33b, ele diz:
...as más conversações (companhias) corrompem os bons costumes.
Esse texto, o apóstolo vinha exortando a igreja contra algumas doutrinas heréticas da época. Estes ensinos, da não crença da ressurreição, que alguns seguidores do caminho estavam sendo persuadidos por falsos mestres, que aparentavam grande sabedoria, e refutava os ensinos de Jesus.
Em momento algum o apóstolo Saulo fala em usos como sendo de roupas, joias, cortes de cabelos dentre outros, aqui os bons costumes que Saulo nos apresenta, é o verdadeiro ensino, que JESUS era o filho de D-US, esse era o costume que ele (Saulo) estava defendendo.
CONSIDERAÇÕES
Os usos e costumes, não foram feitos para salvação, mas sim para se ter uma identidade, para ser mostrada como deve ser a conduta de uma sociedade que diz-se acreditar em um D-US, mas que não obedece aos seus ensinamentos; assim como uma judia usa o véu sobre a cabeça, um judeu usa-se a Kipáh, porém, estes sabem o porque de seu uso e de seu costume em usá-lo. E aqui tento esclarecer um pouco de como e para qual finalidade foram implantados os usos e costumes nas Assembleia de Deus no Brasil.
Nenhum cristão autêntico, que carregue as marcas de cristo em seu coração, por mais eclético que este seja, não irá defender a LIBERTINAGEM, tais como embriaguez, prostituições, roupas que despertem a sensualidade, vícios (dependência de algo), afinal, ter cuidado com o corpo, se vestir bem (sem extravagância) não é pecado.
Ora, se somos templo de D-us e o Espírito dele habita em nós (1ª Coríntios 3.16 e 1ª Co 6.19), mais um motivo para obtermos ainda mais cuidado (vaidade) com o nosso corpo.
Deixarei uma citação do sueco, e um dos pioneiros desta maravilhosa obra denominada Assembleia de Deus no Brasil, o Pr. Lars Erick Samuel Nystron, com total apoio dos Missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, pronunciou resposta a Assembleia de Deus São Cristovão / RJ, na Convenção do Recife, refutando as proibições por ela impostas e que se perdura até os dias de hoje não somente lá, mas, em nossas igrejas atuais:
Em qualquer tempo, lugar ou circunstância, devemos lembrar-nos que não se consegue fazer a obra do Senhor por força nem por meios violentos, resoluções ou imposições, mas a obra do Senhor se realiza pela intervenção criativa de Deus e pela lei do crescimento externo da obra do Senhor, mas igualmente quando se tratar do crescimento interno desta, tanto individual como coletivamente.
Mesmo durante a Dispensação da Lei, a Lei não conseguiu outra coisa senão descobrir e pôr o pecado em atividade, tendo como resultado a morte (...) enquanto a fé não tinha vindo a Lei teve um alvo como pedagogo: conduzir homens a Cristo. Mas, tendo vindo à fé, não estamos mais debaixo do pedagogo (a Lei), e nem devemos fazer ressuscitar leis ou inventar outras leis para que não fiquemos no lugar dos gálatas, que foram chamados insensatos e a respeito dos quais Paulo temia que todo o seu trabalho se tornasse vão (...) Cristo veio com a graça e, então, a Dispensação da Lei se encerrou. Em lugar do mandamento prévio, que foi ab-rogado por sua fraqueza e inutilidade, pois 'a Lei nada fez perfeito', foi introduzida uma melhor esperança, pela qual nos chegamos a Deus: Cristo, que é nosso Sacerdote, segundo o poder de uma vida indissolúvel (...) Portanto, o que realmente tem valor para nós é ‘a fé que opera por amor’, por isso não nos justificamos pela Lei ou leis, para não sermos decaídos da graça e separados de Cristo (Gl 5.6).
As ordenanças para manifestar humildade e servidade com o corpo servem para satisfazer a carne, o erro, e elas com facilidade arranjam os que se julgam mais santos do que outros, e isto resulta em inchação vã e cria espírito de fariseu, que é o maior impedimento para as bênçãos de Deus.
Há muitos países e muitas formas de se trajar neste mundo, bem como muitos climas diferentes, e tudo isto deve ser considerado, mas como a Palavra de Deus diz: ‘com modéstia e sobriedade’. O que a Escritura ensina em relação a este assunto é que as mulheres devem ser castas e tementes a Deus, tanto as que são casadas como as moças (...) lembremo-nos também que há muitas outras coisas que são igualmente perigosas para a obra do Senhor, que só pelo Espírito Santo poderão ser removidas, como o amor ao dinheiro (...) o homem ostentado justiça própria, criticando tudo e todos, é um indivíduo perigoso para o avanço da unidade da obra do Senhor.
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