O movimento pentecostal é o objeto deste estudo, por tal razão defini-lo é importante, daí fica a questão o que é o pentecostalismo? Esta seção tratará em definir e identificar o movimento, deve-se frisar que atualmente uma igreja pentecostal difere e, às vezes, em muito para uma outra igreja pentecostal, por isso, a matéria, aqui tratada, não significa que são praticadas por todas, mas que, de qualquer forma, são permeadas por todas. Do movimento, como um todo, se pode dizer que é o ensinamento de que os dons e sinais extraordinários, miraculosos, que o Senhor Jesus deu aos apóstolos e à igreja do primeiro século, narrados no livro de atos, são dados ainda hoje pelo Senhor, motivo que os crentes, da presente geração, deve ansiosamente buscar tais dons, pois eles são sinais de espiritualidade:
A Igreja Pentecostal baseia sua fé e prática em certas experiências religiosas que estão registradas no Novo Testamento. Prega que todo cristão deve procurar estar “cheio do Espírito Santo”. A prova desse fato ocorre quando a pessoa “fala línguas”, isto é, fala língua que nunca aprendeu. O Novo Testamento refere-se aos discípulos falando línguas estranhas no dia de Pentecostes (Atos dos Apóstolos 2) e menciona a ocorrência desse mesmo fato em outra passagem.
Os pentecostais acreditam também que podem receber outros dons sobrenaturais. Por exemplo, crêem que podem receber a capacidade de profetizar, de curar e de interpretar o que é dito quando alguém fala uma língua estranha. O Novo Testamento refere-se a esses dons em I Coríntios 12-14.
Além dessas características, as seitas pentecostais não assemelham-se muito umas às outras. Há vários ramos da Igreja Pentecostal. Elas diferem radicalmente em número de adeptos e em suas interpretações de questão de fé e prática religiosa.
Sobre a organização administrativa, eles não têm um órgão centralizador administrativo de todas as igrejas pentecostais, que, neste caso, englobaria todas as denominações, inclusive até o termo pentecostalismo é bem amplo:
O pentecostalismo é um termo amplo que inclui uma vasta gama de diferentes perspectivas teológicas e organizacionais. Como resultado, não existe nenhuma organização central ou igreja que dirige o movimento. A maioria dos pentecostais se consideram parte de mais grupos cristãos, por exemplo, a maioria deles se identificam como pentecostais protestantes. Muitos abraçam o termo evangélico. O pentecostalismo é teologicamente e historicamente próximo do carismaticismo, uma vez que o influenciou significativamente, alguns pentecostais usam os dois termos indistintamente.
1.1. Origens
As primeiras manifestações pentecostais podem remontar até ao século XVIII, quando o metodismo foi implantado, Wesley, que foi quem implantou o movimento, ao comentar algumas pessoas, que entraram em êxtase em um de seus cultos, falou que essas manifestações poderiam ou não ser verdadeiras. Efetivamente o primeiro grupo de pentecostais conseguiu sua membresia nas igrejas Holiness Wesleyanas, um grupo de metodistas, e, em muitos casos, dos grupos renovados onde elas começaram (batistas, metodistas, presbiterianas) . Tecnicamente falando, a origem do pentecostalismo deu-se no século XX, Em termos de data, foi em 1901: “as igrejas pentecostais originaram-se no EUA, a partir de reuniões, para falar em línguas estranhas, que ocorreram numa escola bíblica em Topeka, Kansas, em 1901, e em uma igreja de Los Angeles em 1906 ”, este é chamado de pentecostalismo clássico:
O Pentecostalismo clássico é o que começou em 1901 entre cristãos que se reuníam na rua Azusa em Los Angeles, EUA e simultaneamente em vários outros lugares na América do Norte. É a maior corrente pentecostal entre todas as demais, pois está conformada por organizações religiosas que se formaram naqueles anos e mantém manifestações espirituais e doutrinas similares.
No Colégio Bíblico Betel, escola cujo professor era Parham:
Em primeiro de Janeiro de 1901 os alunos deste colégio estavam estudando a obra do Espírito Santo, e uma das alunas, Agnes Osman, pediu aos seus colegas que lhe impusessem as mãos para que ela recebesse o Espírito. Ela falou em línguas, e mais tarde, outros estudantes falaram em línguas também. Parham abriu outra escola em 1905, na cidade de Houston, Texas. Foi de lá que William J. Seymour, um aluno negro, ao receber o mesmo dom, tornou-se mais tarde o líder de uma missão no numero 312 da Rua Azusa em Los Angeles, no ano de 1906.
Inicialmente eles tinham a preocupação de provar que aquelas línguas, faladas por eles, eram línguas humanas faladas por algum povo:
Um dos aspectos mais interessantes dos eventos no Colégio Bíblico Betel foi a tentativa dos participantes de provar que suas “línguas” eram na verdade línguas faladas. Eles achavam que, de acordo com a Palavra de Deus, o dom de “falar em línguas” era a habilidade que um indivíduo tinha de falar numa língua que lhe era desconhecida para comunicar o Evangelho na língua de quem estivesse ouvindo. Tal tentativa cessaria muito cedo, pois aqueles que “falavam em línguas” não conseguiam produzir nenhuma evidência de que aquelas assim chamadas línguas, não eram nada mais do que uma linguagem sem sentido e obscura.
A posterior manisfestação do pentecostalismo, que saiu de Topeka para Los Angeles, foi devido a atuação de um homem, William J. Seymour:
O movimento pentecostal de hoje traça seus vestígios da sua comunidade a uma reunião de oração no Colégio Bíblico Betel em Topeka, Kansas em 1° de janeiro de 1901. Ali, muitos chegaram à conclusão de que falar em línguas era o sinal bíblico do Batismo no Espírito Santo. Charles Parham, o fundador desta escola, que mais tarde passaria a Houston, Texas. Apesar da segregação racial em Houston, William J. Seymour, um pregador negro, foi autorizado a assistir a aulas bíblicas de Parham. Seymour viajou para Los Angeles, onde sua pregação provocou o Avivamento da Rua Azuza em 1906. Apesar do trabalho de vários grupos wesleyanos avivalistas, como Parham e D. L. Moody, o início do movimento pentecostal difundido nos Estados Unidos, é geralmente considerado como tendo começado com Seymour no avivamento da rua Azusa.
O avivamento na rua Azuza foi o primeiro avivamento pentecostal a receber atenção significativa, e muitas pessoas, de todo o mundo, tornaran-se atraída pora ele. A imprensa, de Los Angeles, deu muita atenção ao aviamento de Seymour, o que ajudou a alimentar o seu crescimento. Um número de novos grupos menores iniciou-se, inspirado nos acontecimentos deste avivamento. Os visitantes internacionais e missionários pentecostais acabariam por trazer estes ensinamentos para outras nações, de modo que praticamente todas as denominações pentecostais clássicas hoje traçam suas raízes históricas no avivamento da rua Azusa.
A Rua Azusa, que é importantíssima para o pentecostalismo, pois:
Pode-se dizer que a Missão da rua Azusa é a mãe do pentecostalismo mundial. Essa missão chamava-se Missão Apostólica da Fé. Este nome durou até 1914 quando foi mudado para Assembléia de Deus. Muitos jovens pregadores e aspirantes a pregadores iam ter com William J. Seymour para receber os dons. Foi assim que Gunnar Vingren e Daniel Berg, os fundadores da Assembléia de Deus no Brasil, tornaram-se pentecostais, em 1908. Em 1907, um pastor chamado William H. Durhan, recebeu de Seymour os dons. Durhan abriu sua própria missão, também em Los Angeles. Ficava na North Ave, 943. Foi nesta missão que Louis Francescon, futuro fundador da Cristã do Brasil, recebeu os seus dons.
O trabalho na Rua Azusa, como se vê, foi muito influente:
O ano foi 1906. Los Angeles tinha uma população de 228.298 pessoas. A época foi de grandes modificações sociais. A América estava se transformando de país agrícola para um país industrial. Os ventos de incerteza estavam soprando em todos os setores da sociedade. Todos os historiadores do pentecostalismo são unânimes em dizer que o derramamento do Espírito Santo nessa igreja humilde de negros em Azusa Street marcou o início dos movimentos pentecostais. As reuniões continuaram durante três anos, sem cessar. Todos os dias, pessoas de todas as igrejas e classes sociais superlotavam o ‘barracão’. O Rev. Seymour pregou poucas vezes e passou a maioria do tempo com sua cabeça dentro de uma caixinha de sapatos em baixo do púlpito para ‘não atrapalhar o que o Espírito Santo estava fazendo’.
Em dois anos, a igreja, de Seymour, já contava com missionários, que percorriam diversos países, chegando a pregação pentecostal até o continente europeu. Na Suécia, próximo a um Seminário Teológico Batista, uma tenda dos “barulhentos” (apelido dados aos pentecostais) fora erguida, e cultos começaram a acontecer. Novamente a curiosidade do povo fazia afluir centenas de pessoas para aquela reunião de curas e maravilhas. Dois pastores batistas, suecos, Gunnar Vingren e Daniel Berg, buscam e recebem a promessa do Espírito Santo. Partem em uma viagem para os Estados Unidos, onde fariam uma espécie de “mestrado em pentecostalismo”.
A história do pentecostalismo, no Brasil, será abordado logo mais, tanto quando se falando das fases, tanto da biografia dos primeiros pentecostais.
1.2. Fases
No Brasil, o pentecostalismo começou em 1910, de lá para cá, o movimento teve três grandes frentes, ou fases, uma distinta da outra, na primeira, o foco foi a criação de denominações, neste período, começaram a fundação das primeiras igrejas pentecostais, que geralmente mantêm este entendimento de preocupação com o batismo com o Espírito Santo; na segunda houve a infiltração do movimento pentecostal nas igrejas protestantes, na Romana e nas Batistas, até pelo fato das igrejas tradicionais virem o movimento e manifestação dos carismáticos e quererem o copiar, nesta ocasião, que começaram a ter as igrejas renovadas, por exemplo, Igreja Batista Renovada; terceira foi a da pregação da prosperidade, daí mega cultos, mega igrejas e crescimento vertiginoso das igrejas, independente do que se pregue, dentro desta vertente, começou também o movimento g12, este último grupo é chamado de neo-pentecostal. Então basta você comparar tanto com o ensino pregado ou com a época de fundação da igreja pentecostal pode-se compreender em que fase, do pentecostalismo, ela está inserida:
O movimento pentecostal pode ser dividido em três ondas. A primeira, chamada pentecostalismo clássico, abrangeu o período de 1910 a 1950 e iniciou-se com sua implantação no país, decorrente da fundação da Assembléia de Deus e da Congregação Cristã no Brasil até sua difusão pelo território nacional. Desde o início, ambas igrejas caracterizam-se pelo anticatolicismo, pela ênfase na crença no batismo no Espírito Santo e por um ascetismo que rejeita os valores do mundo e defende a plenitude da vida moral e espiritual.
Em 1932, foi organizada a Igreja de Cristo no Brasil em Mossoró (Rio Grande do Norte). Segundo o sociologo Alexandre Carneiro, a Igreja de Cristo no Brasil seria a primeira denominação pentecostal organizada por brasileiros. A Igreja de Cristo divergiu das demais igrejas pentecostais, da primeira onda, ao seguir o dogma da “eterna segurança”, mais conhecida como perseverança dos santos. Esta também defende que o cristão recebe o batismo do Espírito Santo no momento da conversão e não como segunda bênção seguida de dons de línguas.
Segundo SOUSA (2007), entre as igrejas da primeira onda encontra-se a Missão Evangélica Pentecostal do Brasil, fundada em Manaus em 1939, de origem americana, mas que atualmente atua de forma independente, com direção nacional e credo baseado no Pentecostalismo Clássico, de característica moderada quanto à questão de usos e costumes.
A segunda onda começou a surgir na década de 1950, quando chegaram a São Paulo dois missionários norte-americanos da International Church of the Foursquare Gospel. Na capital paulista, eles criaram a Cruzada Nacional de Evangelização e, centrados na cura divina, iniciaram a evangelização das massas, principalmente pelo rádio, contribuindo bastante para a expansão do pentecostalismo no Brasil. Em seguida, fundaram a Igreja do Evangelho Quadrangular. No seu rastro, surgiram Igreja Pentecostal Unida do Brasil, O Brasil para Cristo, Igreja Pentecostal Deus é Amor, Casa da Bênção, Igreja Unida, Igreja de Nova Vida e diversas outras igrejas pentecostais menores como a Igreja Presbiterial Pentecostal dentre outras.
A terceira onda, chamada de Neo-Pentecostalismo, teve início na segunda metade dos anos 1970. Fundadas por brasileiros, as mais antigas são a Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977), liderada pelo bispo Edir Macedo, e a Igreja Internacional da graça de Deus (Rio de Janeiro, 1980), liderada e fundada pelo missionário R. R. Soares, ambas presentes na área televisiva com seus televangelistas. Posteriormente, temos o surgimento da Renascer em Cristo (Sao Paulo, 1986) e da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (Brasília, 1992). De um modo geral, utilizam intensamente a mídia eletrônica e aplicam técnicas de administração empresarial, com uso de marketing, planejamento estatístico, análise de resultados etc. Algumas pregam a Teologia da Prosperidade, pela qual o cristão está destinado à prosperidade terrena, rejeitando os tradicionais usos e costumes austeros dos pentecostais. O neopentecostalismo constitui a vertente pentecostal mais influente, a que mais cresce e também a mais liberal em questões de costumes .
Autor: Robert Santos
Fonte: www.palavraprudente.com.br
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