Púlpito é uma plataforma elevada utilizada por oradores e leitores em uma igreja ou templo. A origem da palavra é o termo latino "pulpitum", que significa "plataforma" ou "palco".[1]
Em muitas igrejas cristãs, há dois locais específicos para os leitores e oradores na frente do altar-mor. Geralmente, o da esquerda (do ponto de vista dos fieis na nave) é chamado "de púlpito" e como geralmente é dali que se lê o Evangelho durante a missa, é chamado também de "lado do Evangelho". Do outro lado direito está o atril, cuja função principal é servir como suporte para as demais leituras litúrgicas (Antigo Testamento e as epístolas), para chamar os fieis à oração ou para anúncios gerais. Este lado é conhecido, por isto, como "lado das epístolas".
Em algumas igrejas, isto inverte-se: o atril fica à esquerda da congregação e o púlpito, de onde se profere a homilia, à direita, enquanto que o Evangelho é lido do centro do presbitério ou na frente do altar.
Índice
Ambão[editar | editar código-fonte]
Catolicismo romano[editar | editar código-fonte]
Nas igrejas católicas, a plataforma utilizada para leituras e homilias é chamada de ambão. Apesar deste nome, ele se parece muito mais com o atril do que com o ambão utilizado nos ritos orientais. A Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) especificam que:
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309. A dignidade da palavra de Deus requer que haja na igreja um lugar adequado para a sua proclamação e para o qual, durante a liturgia da palavra, convirja espontaneamente a atenção dos fiéis. Em princípio, este lugar deve ser um ambão estável e não uma simples estante móvel. Tanto quanto a arquitetura da igreja o permita, o ambão dispõe-se de modo que os ministros ordenados e os leitores possam facilmente ser vistos e ouvidos pelos fiéis. Do ambão são proferidas unicamente as leituras, o salmo responsorial e o precônio pascal. Podem também fazer-se do ambão a homilia e proporem-se as intenções da oração universal. A dignidade do ambão exige que só o ministro da palavra suba até ele. Convém que um novo ambão, antes de ser destinado ao uso litúrgico, seja benzido segundo o rito que vem no Ritual Romano.
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— IGMR[2].
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Rito oriental[editar | editar código-fonte]
Nas igrejas onde há apenas uma plataforma de leitura na frente da nave servindo tanto como atril quanto como púlpito, o nome correto da plataforma é "ambão". É bastante comum no uso popular, porém, que os ambões sejam, incorretamente, chamados de "púlpito". A palavra é uma derivação do termo grego "ambo", que significa "elevação". Originalmente, era uma plataforma elevada ricamente decorada no meio da nave de onde as epístolas e o Evangelho eram lidos e, ocasionalmente, utilizada como plataforma para ministro proferir a homilia. Ela se ligava ao presbitério por uma passagem elevada chamada "soleas". Nas modernas igrejas orientais, esta forma de ambão é raríssima. Atualmente, a área diretamente à frente da porta da iconóstase, de onde o Evangelho é lido, é que é chamada de ambão e toda a plataforma baixa acima do nível da nave em frente à iconóstase é chamada de soleas. Em igrejas maiores, o ambão pode ser caracterizado por três degraus curvos levando até o nível da nave.[3] Nas catedrais da Igreja Ortodoxa existe geralmente uma plataforma baixa no centro da nave chamada de "ambão episcopal", onde o bispo é encarregado antes da Divina Liturgia e onde ele está entronado até a "Pequena Entrada". Se o bispo está oficiando numa simples igreja paroquial, um ambão episcopal temporário é armado no lugar.
Além do ambão, a maioria das igrejas na Grécia e no Chipre têm também um púlpito elevado do lado esquerdo da nave, geralmente ligado a uma coluna e com alguns metros de altura, ao qual se acede por uma escada estreita. Ele é considerado como um elemento arquitetural simétrico ao trono episcopal, que fica na mesma posição à direita da nave. O púlpito e o trono geralmente têm características similares, geralmente construídos em pedra ou madeira esculpida. Este púlpito era utilizado principalmente para os sermões, pois facilitava a compreensão pela congregação, mas perdeu muito desta função depois que os modernos sistemas de difusão de voz foram instalados nas igrejas. A tradição dita que ele seja utilizado para a leitura dos "Doze Evangelhos da Paixão" durante a Matinais da Sexta-Feira Santa, um serviço realizado tarde da noite na Quinta-Feira Santa, um símbolo de que a Paixão de Cristo estaria sendo "transmitida" para que todos saibam.
Protestantismo[editar | editar código-fonte]
Em algumas igrejas protestantes, o púlpito é considerado a mais importante peça de mobília do santuário, ficando numa posição central e elevada em relação à congregação reunida. É ali que o ministro fica e o móvel pode estar decorado por um antepêndio, um pano decorado que cobre o topo do púlpito e fica pendurado na frente. Flores também são utilizadas para decorá-lo.
No século XVIII, púlpitos com três andares se tornaram muito populares nos países de língua inglesa; o objetivo era destacar a importância relativa de cada uma das leituras proferidas dali. O andar mais baixo era utilizado para anúncios à comunidade, o do meio, para o Evangelho, e o de cima, reservado para o sermão.
Em muitas igrejas evangélicas, o púlpito fica no meio da plataforma e é geralmente a maior peça de mobília da igreja. O objetivo é simbolizar a proclamação da Palavra de Deus como o foco central de cada um dos serviços litúrgicos semanais. Nas igrejas evangélicas mais modernas, o púlpito pode ser muito menor, se existir, e é geralmente retirado do local no final do canto. Porém, quando existe, fica no meio da plataforma também.
Igrejas presbiterianas[editar | editar código-fonte]
As igrejas presbiterianas tradicionais geralmente contam com um púlpito central, ou seja, um púlpito localizado no centro do presbitério, no lugar onde na maioria das igrejas está o altar ou a mesa da comunhão. Esta geralmente está ou na frente do púlpito ou ao lado, mas frequentemente nem está presente.
O objetivo é declarar que a Bíblia é o fundamento da fé, algo verdadeiro em todas as tradições cristãs, mas realçado mais fortemente por algumas do que por outras. Além disso, a "centralidade da Palavra" implica que a leitura e a pregação da Bíblia é o ponto alto do serviço religioso e, portanto, tem prioridade sobre os sacramentos.[4][5]
Desde o final do século XIX, a tendência na maior parte das igrejas presbiterianas tem sido o retorno ao layout anterior à Reforma. Assim, muitas igrejas que tinham um púlpito central agora contam com um lateral.
Púlpito dentro de uma igreja católica para ler a Bíblia
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