domingo, 10 de novembro de 2019

Luiggi Francescon Vs Martinho Lutero

Um Diálogo entre Martinho Lutero e Luiggi Francescon


Graça e Paz,
No dialogo fictício que se segue, temos o irmão Lutero e o irmão Francisco. Lutero é membro de uma igreja protestante histórica, já Francisco é membro da Congregação Cristã do Brasil (CCB).Esse diálogo, embora fictício, reflete uma realidade incontestável. Veremos porque muitos cristãos hoje têm dificuldades em ver a CCB como uma igreja genuinamente cristã. A proposta aqui é que, embora o credo oficial da CCB não contenha heresias, a atitude observada entre seus membros e lideres não tem correspondido com seus pontos de fé, pontos que estão implícitos os ideais do Protestantismo Histórico. (Não compartilho da idéia que a CCB seja uma seita. Porém, não posso deixar de pensar que seja uma igreja com atitudes exclusivistas. Em vários membros e lideres, nota-se que a salvação está vinculadas ao batismo lá realizado.)
Boa leitura !
( Lutero) – Olá irmão Francisco ! Tudo bem? (Francisco)- Sim estou bem. E você Lutero?
(Lutero) – Irmão Francisco, você nunca me chama de irmão nem me cumprimenta com uma saudação cristã. Você tem alguma coisa contra mim?
(Francisco)- Não Lutero, eu gosto muito de você, mas é que você não é meu irmão na fé.
(Lutero)- Mas como não Francisco? Nós confessamos o mesmo Senhor, confiamos no mesmo Deus que salva graciosamente por meio de Cristo.
(Francisco)- Mas Lutero, tem muito mais envolvido em crer no mesmo Senhor. Às vezes Deus não se agrada de algumas coisas que sua igreja prega ou faz. Então não temos como comungar a mesma fé. A nossa doutrina não é a mesma.
(Lutero) – Tudo bem Francisco. Eu não acho que minha denominação é perfeita. Mas você acha que tudo na CCB é perfeito?
(Francisco)- Lutero, os homens erram, mas a Congregação é perfeita, é a graça!
(Lutero)- Olha Francisco, estou com dois sentimentos opostos. Admiração e indignação. Acho interessante pensar que a CCB é perfeita, mas dizer que ela é a graça de Deus!? A graça de nosso Deus não pode estar vinculada nem limitada a uma denominação religiosa, por melhor que seja. Somente uma pessoa pode concentrar em si algo tão grande: o Senhor Jesus.
(Francisco)- Você pode não entender, mas veja: Vocês oram em pé e a Bíblia diz que quem ora em pé é hipócrita! Veja em Mateus 6.5.
(Lutero)- Irmão Francisco… me desculpe mas esse versículo não diz isso, e sim que ‘os que gostam de serem vistos pelos homens’. Ou seja, Jesus está reprovando o exibicionismo, note o versículo 2, estaria Jesus reprovando as boas obras? Outra coisa, em Mateus 23.5,6,7 o Senhor deixa bem claro isso. Seriam os Anciãos de sua igreja hipócritas por ocuparem os primeiros lugares na igreja?
(Francisco)- Um dia você vai entender Lutero. Temos que orar de joelhos. A Bíblia diz que todo joelho se dobrará diante do Senhor Jesus’. É falta de respeito orar em pé. Jesus, Paulo e outros oravam de joelhos no chão!
(Lutero)- Concordo, acho realmente certo, mas não se pode condenar uma prática diferente. Até mesmo Jesus falou de oração feita em pé que foi ouvida (Lucas 18.9-14).
(Francisco)- Não, não! Só o fariseu orou em pé, o outro não diz que orou, veja o versículo 13 … ele só clamava.
(Lutero)- Negativo Francisco, no versículo 10, Jesus disse que ‘os dois subiram para orar’, foi e é uma oração.
(Francisco)- Lutero, você precisa buscar a Deus, pedir para Ele te revelar. Tem tantas outras coisas que você não sabe. Mas só Deus para te revelar.
(Lutero)- Ok irmão Francisco, se quiser pode me falar o que quiser, se for um ensinamento bíblico estarei disposto em apreciar.
(Francisco)- Olha Lutero, vamos ver Romanos 16.16 … aqui temos um mandamento, o ósculo santo como saudação cristã. A sua igreja saúda com o ósculo santo? Aqui diz que as igrejas de Cristo saúdam com o ósculo. 
(Lutero) – Não.
(Francisco) – Se ela não faz isso, então ela não é igreja de Cristo!
(Lutero) – Então as igrejas que tem essa prática, como os ‘adventistas movimento da reforma’, e outros, são igrejas de Cristo por esse motivo?
(Francisco) – Não… Não sei deles, mas a Congregação cumpre esse mandamento e a sua não.
(Lutero) – Irmão Francisco, não acha que essa era uma prática cristã herdada dos judeus assim como o lava-pés? Um costume cristão?
(Francisco) – É Lutero, meu amigo, você não entende mesmo, isso é mandamento! Lava-pés sim era costume, ósculo é mandamento.
(Lutero) – Bem, como você pode me provar que ósculo era mandamento e o lava-pés era costume quando o próprio Cristo colocou os dois em pé de igualdade? Lucas 7.44-46.
(Francisco) – Aqui está dizendo um ‘exemplo’, exemplo não é mandamento.
(Lutero) – Por favor Francisco !? Você está usando dois pesos e duas medidas. Leia João 13.14 e veja se sua resposta condiz com isso.
(Francisco) – Aqui Lutero o Senhor Jesus está só dando um exemplo, ademais, os apóstolos não ensinaram isso.
(Lutero) – Afirmou dois enganos. Primeiro; Jesus disse: “Deveis fazer isso também.” Isso não é exemplo irmão Francisco. Segundo: O apostolo Paulo usou o ‘lava-pés’ como prática cristã identificadora (I Timóteo 5.10).
(Francisco) – Eu vou refletir um pouco nisso depois. Mas vocês praticam o lava-pés Lutero?
(Lutero) – Não irmão Francisco, a Bíblia foi escrita em uma cultura diferente da nossa. E alguns costumes aceitáveis e moralmente corretos foram relatados na Bíblia, bem como incorporados na prática cristã primitiva. Um aperto de mãos, um abraço, um convite e etc., estão mais próximos de nossa realidade. Mas enfatizo, NÂO É ERRADO saudar com um beijo ou praticar o lava pés ‘cerimonialmente’. Errado está em julgar outros por isso e se identificar como única igreja verdadeira por causa desses costumes.
Recapitulando: uma conversa fictícia entre Lutero de uma igreja protestante e Francisco da CCB.
(Francisco) – Mas tem outro problema muito sério que sua igreja faz, algo totalmente errado. Os pastores recebem salários para exercerem a função. Na Congregação não. Os Anciãos têm seus próprios trabalhos, pois quem não trabalha não come, diz a Escritura. E o apóstolo Paulo vendeu tenda para não ser pesado aos irmãos. A Bíblia diz que os pastores são ladrões…
(Lutero) – Calma, irmão Francisco. Eu concordo que existem muitos pastores que são verdadeiros mercenários e empresários da fé, mas não posso negar o principio bíblico do sustento pastoral por causa de exageros, além de não poder também generalizar por causa da ala podre.
(Francisco) – Não existe isso na Palavra Lutero. ‘Sustento pastoral’, isso é invenção.
(Lutero) – Irmão Francisco, veja isso então… Em I Coríntios 9 Paulo diz que não tinha deixado de trabalhar. Mas outros apóstolos e lideres da igreja tinham deixado o emprego secular! (Vers.12). Ele afirmou no versículo 11 que podia colher ‘recursos materiais’ da igreja. Além de dizer que recebeu salários de outras igrejas…
(Francisco) – Onde está isso?
(Lutero) – Em II Coríntios 11.8 
(Francisco) – O que é despojar?
(Lutero) – É saquear.
(Francisco) – Olha Lutero, Deus me revelou essa graça, pois Ele é nosso Pastor, e na sua igreja existe pastor, e pastor é só o Senhor Jesus. Na Bíblia tem Ancião, Presbíteros e Bispo, mas não tem ministério de Pastor, então eles ocupam o lugar do Senhor Jesus. Não são ovelhas, João 10.1 confirma isso.
(Lutero) – Com respeito a nomenclatura, eu acho que não estamos sintonizados. Todo Presbítero/Bispo/Ancião é Pastor e vice-versa. Em alguns sistemas de governos eclesiásticos usa-se o sistema episcopal, entretanto, tratando-os como Pastores.
(Francisco) – Mas estão errados! Pastor é um só, o Senhor Jesus.
(Lutero) – Francisco … o uso do termo não faz diferença nesse caso. Veja, Jesus Cristo é também chamado de Bispo em I Pedro 2.25, entretanto a Bíblia chama homens de Bispos.
(Francisco) – Mas não tem na Bíblia ministério ‘de pastor’, isso é uma afronta ao Senhor Jesus.
(Lutero) – Não está causando problema demais num assunto tão trivial? Veja, na CCB existe um ministério de ‘Cooperador’ (de adultos e de jovens). Existe isso na Bíblia?
(Francisco) – Sim existe. O apostolo Paulo chamou alguns de Cooperadores.
(Lutero) – ‘Cooperador’ por cooperarem com ele irmão Francisco. Não existia apresentação e/ou ordenação para tal ‘ministério’. Está notando o problema da nomenclatura? Na CCB a realidade dos fatos é: Ancião = a um Bispo Anglicano ou Metodista, muito embora com um raio de ‘domínio’ menor. Cooperador = Presbíteros, porém sem muita autonomia local.
Fonte: [ MCA – Ministério Cristão Apologético ]
(Francisco) – Depois eu te mostro o ministério de Cooperador na Bíblia. Eu estava me esquecendo de um assunto muito importante, o batismo em nome do Senhor Jesus. Em Atos 2.38 ordena que Batismo deve ser feito em nome do Senhor Jesus para sermos salvos.
(Lutero) – Você muda muito de assunto… Irmão Francisco, nenhuma ‘forma’ ou ‘fórmula’ de batismo salva. Salvação está na Pessoa do Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, morto e ressuscitado pelos pecadores (João 3.16,36). Além do mais, a CCB não pratica o batismo em nome do Senhor Jesus, apenas. Numa invenção histórica*, a CCB acrescenta o batismo triúno de Mateus 28.19 junto ao batismo em nome de Jesus! Em toda história da igreja cristã encontramos o batismo em nome do Senhor Jesus Cristo, em especial em seus primeiros anos, depois encontramos unânimes o batismo triúno, mas NUNCA as duas ‘fórmulas’ juntas. A CCB faz isso sem nenhuma base bíblica ou mesmo histórica. 
(Francisco) – Mas ambos são citados Lutero. Então a Congregação obedece, e batiza assim: “Em nome Jesus Cristo te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”!. Essa foi a revelação que Deus deu ao fundador da Congregação, o italiano Louis Francescon, ex-presbiteriano.
(Lutero) – Ao ler a história da CCB, o atual batismo da CCB não pode ser creditado a Louis Francescon. Nada disso é citado por ele no ‘Histórico’. Hoje os membros da CCB desconectam suas conclusões dos fatos históricos.
(Francisco) – Como assim Lutero?
(Lutero) – A Igreja Presbiteriana é uma das denominações protestantes que batiza por aspersão. O questionamento de Louis Francescon foi a ‘forma’, ou seja, de que modo deveria ser efetuado o batismo, por imersão ou por aspersão. Na verdade, a mesma discussão que históricamente tem os batistas com os demais cristãos. Nada de um batismo em nome de uma ‘quaternidade’, se é possível usar um termo assim para esse batismo da CCB.
(Francisco) – Eu vou verificar isso, mas sei que o batismo verdadeiro é o em nome do Senhor Jesus. 
(Lutero) – O que discuti aqui não foi indagar ou reclamar o batismo ‘em nome do Senhor’. Mas sim, o ‘quadruplo’ nome usado no batismo da CCB e a ‘salvação batismal’ ensinado pela CCB. 
(Francisco) – Eu não me preocupo muito com essas coisas, busco mais a revelação, aquilo que Deus me mostra, do que ficar muito na letra.
(Lutero) – Olha Francisco, os Mórmons dizem a mesma coisa e milhões estão lá afirmando que receberam uma suposta ‘resposta divina’ que confirmou a eles que aquela igreja é ‘a verdadeira’.
(Francisco) – O diabo engana muitas pessoas Lutero.
(Lutero) – O que mais me preocupa em você Francisco, é que sua concepção da graça de Deus, está limitando-a na sua denominação. 
(Francisco) – Nunca Lutero. Eu estou na graça e você é da lei, pois sua igreja tem que dar o dízimo e o dízimo é da lei, não da graça. A Congregação é o caminho para o Céu.
(Lutero) – Sim, o dízimo é da lei assim como a justiça, a misericórdia e a fé (Mateus 23.23).
(Francisco) – Mas o dízimo foi abolido, e quem está na lei está sob maldição.
(Lutero) – Acho que você precisa ver algo mais nesse assunto. O dízimo como era dado na antiga aliança, sem dúvida, foi abolido. Mas acontece que um princípio permanece com base naquele modo antigo de sustento para obra de Deus. E é esse princípio que precisamos ver o dízimo no Novo Testamento.
(Francisco) – Não adianta Lutero, o dízimo é do Velho Testamento e não existe esse mandamento no Novo. As igrejas usam uma lei que foi abolida para extorquir dinheiro das pessoas.
(Lutero) – Vejamos isso na Bíblia, irmão Francisco … Novamente I Coríntios 9.6 ao 14. Observe o argumento do apóstolo para o sustento pastoral, é exatamente a lei de Moisés! Ele faz a transposição daquela antiga forma de ofertas/dízimos, de cereais e animais, e faz uma legitima aplicação a exatamente aquilo que você está criticando. Me parece que você tem um sério opositor. Embora ele não tenha feito uso desse direito ali, Paulo pressupõe sua legitimidade.
(Francisco) – Não admitimos isso na Congregação. Lei é Lei, Evangelho é Evangelho… é graça.
(Lutero) – Pois bem irmão Francisco, mas até agora você não teve uma reposta bíblica. Tem constantemente apelado para a autoridade que ‘a Congregação’ tem sobre suas opiniões. Lembra-me muito da autoridade Papal.
P.s.: Notemos que o fictício “Ir. Francisco”, representa as idéias de Francescon, que foram repassadas as denominações fundadas por ele. Verificamos que nem todas as coisas são realmente creditadas ao Ir. Francescon.

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