Homem corta pênis por causa de religião em SP
Um homem de 32 anos de idade, separado da mulher há poucos dias, cortou o próprio pênis por pensar que sua religião não aceitava o fim do seu casamento e o proibia de se relacionar com outras mulheres que não fossem sua esposa. O caso aconteceu na noite dessa segunda-feira, em Tanabi, interior de São Paulo, a 478 km da capital.
Freqüentador da igreja Congregação Cristã do Brasil, J. R. C. há mais de um ano não convivia com a mulher, de quem não se divorciara porque a separação de casais somente é permitida pela igreja em caso de adultério. O casal havia se separado por incompatibilidade de gênios.
O homem entrou no banheiro de sua casa, no conjunto Centenário, periferia de Tanabi, e deu início a automutilação usando uma tesoura caseira. A polícia foi chamada e, ao chegarem no local, os bombeiros e PMs o encontraram sentado no vaso sangrando muito.
"Quando chegamos, ele jogou a tesoura fora, mas a quantidade de sangue nos assustou", disse um PM que atendeu a ocorrência. O mesmo policial militar, que não quis ser identificado, disse que o homem tinha se separado havia pouco tempo da mulher, com quem era casado havia alguns anos.
"Ele ficou revoltado ao saber que não poderia manter relações sexuais com outra mulher e também não queria largar a igreja", contou o PM.
O homem foi levado ao pronto-socorro da Santa Casa de Tanabi para atendimento de emergência.
A pedido da família, nem a polícia nem o hospital quiseram passar mais informações sobre o caso. Uma atendente do hospital disse que o pênis não chegou a ser decepado, no entanto, a informação não podia ser confirmada oficialmente.
O ancião (guia espiritual) da igreja em Tanabi, Saulo Cândido da Silva, disse que em 37 anos de congregação nunca viu algo semelhante. "Nunca vi isso na vida. A doutrina de nossa religião, que é evangélica e igual a de outras, não proíbe, mas apenas recomenda que não se faça sexo fora do casamento. Ela também só aceita a separação se for por motivo de infidelidade, mas as pessoas são livres, ninguém é perfeito", diz.
Ele disse ter conversado com o homem domingo e que recomendou uma aproximação do casal. "Como eles não queriam se divorciar porque não havia adultério, a gente tentou uma reaproximação, mas pelo jeito ela não aceitou", contou Cândido. Ele disse que ainda vai promover um novo encontro do casal para tentar uma reconciliação.
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