quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O MITO DO DÍZIMO NA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

O MITO DO DÍZIMO NA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL.
A Congregação Cristã no Brasil (CCB) é uma igreja controversa. Alguns a classificam como uma seita, enquanto outros a classificam como uma igreja cristã, porém, problemática.
Não tenho dificuldades de crer que há salvos entre eles e reconheço que há uma considerável evolução entre os membros (a instituição em si continua engessadora) que passaram a se interessar por assuntos teológicos. Acredite, um membro da CCB que posta uma frase do Spurgeon na sua timeline é extremamente evoluído!
Porém, a maior razão pela qual esta igreja atrai muitos adeptos é uma questão mitológica: Na CCB não há a prática dos dízimos.
Será? Vejamos.
Sabe aquela história de "maçonaria não é religião"?. Pois é. O mesmo mecanismo é usado pela CCB com relação aos dízimos: Evitam termos e práticas comuns às outras denominações e eureka, passam a impressão de que não pedem dízimos. Ingênuo é quem acredita nisso.
O que não há na CCB é a prática de distribuir envelopes para dizimistas, passar a salva, fazer apelos chorosos para que os membros contribuam. Isso, olhando pelo lado ético da coisa, é louvável.
Porém, para por aí. A questão dos "dez por cento" também é irrelevante, uma vez que, o que eles arrecadam é bem mais lucrativo.
Pense comigo.
O que é mais vantajoso, os dez por cento do salário de um porteiro de condomínio ou um terreno doado por um empresário para a construção de um templo?
Dez por cento do salário de uma diarista ou a mão de obra do marceneiro que, não sendo membro da igreja, cobraria uma nota preta para construir o telhado?
A resposta é óbvia.
Em alguns casos, até o vinho da santa ceia é doado pelos donos de adegas que são membros da denominação.
Somente os ingênuos acreditam que as construções de templos e o sustento da igreja são realizados com ofertas de moedinhas.
Não que este sistema de organização esteja errado.
O errado é a lavagem cerebral que a cúpula da igreja faz aos mais simples, que são usados como garotos propaganda da denominação. Quantas vezes você já não ouviu de um "glória" (apelido antigo dos membros da CCB) frases do tipo, "na CCB não tem esse negócio de dízimo"; "a CCB não é igual essas igrejas de ladrões", etc?
E a propaganda dá certo.
A maioria das pessoas que deixam suas antigas denominações e migram para a CCB quase sempre é por causa desse mito. E você certamente já presenciou algo parecido, não é verdade?
O alto clero da CCB, ao contrário do que muitos imaginam, não é composto de gente alienada como os membros comuns, que são compostos de cooperadores, músicos, congregados, etc. São pessoas que pelo visto sabem muito de marketing e manipulação em massa.
Isso pode ser comprovado em outros aspectos como por exemplo a "novafala" (leia o livro '1984' de George Orwell e entenda o que é) que existe entre eles, provavelmente no afã de gerar uma religião separada dos demais evangélicos. Certamente você já ouviu palavras, termos e frases do tipo, "comum" (referência à igreja local), "seitários" (membros de outras denominações evangélicas), "atender" (equivalente à pregar em outro setor), "quando cheguei a esta graça" (o equivalente a 'quando passei a ser membro da CCB'), etc.
Outra característica bastante comum e ao mesmo tempo lamentável, é a falta de memória que a igreja possui. A cúpula a todo custo apaga o passado que igreja teve, inclusive a comunhão que tinham com os assembleianos. O que existe são apenas os causos que visam aumentar a fama da denominação entre os membros tais como, o véu que toca no defunto e o defunto ressuscita, etc.
Mas ainda o maior atrativo e instrumento de manipulação é a lenda do dízimo.
Próximo à casa do moderador que vos fala foi construído um templo da CCB e um amigo que a ela pertence me disse: "O templo foi levantado sem precisar de um dizimo sequer".
É, o trabalho do alto clero foi muito bem arquitetado. Enquanto os magnatas sustentam o império, os plebeus vivem aos tapas com pessoas de outras igrejas, fazendo inimizades, desfazendo amizades e tudo por causa do seu bezerro de ouro, ou melhor, do seu bezerro cinza.
Como dizia o profeta Zé Ramalho, "vida de gado, povo marcado e povo feliz".

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