quarta-feira, 9 de maio de 2018

CCB Sexo Anal Após Casamento pode ?

Sodomia - Uma mancha no casamento?


Verso áureo: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará” (Hebreus 13:4)

'O sexo anal no casamento é pecado?' Muitos fizeram esta pergunta ou por comentário ou por e-mail. A princípio não queria respondê-la porque julgo que a mocidade tem outras prioridades, cheguei a excluir comentários, mas diante da insistência chegou-se a um ponto que não podia mais ignorá-la. Seria a sodomia uma mácula (mancha) no casamento?

O assunto gera muita controvérsia. A cantora Sandy foi envolvida nesta polêmica por causa de uma declaração que foi entendida como uma confissão, e, de repente, se viu no meio de um turbilhão de comentários e piadas maliciosas. Não sei se o convite para ser garota-propaganda dessa cerveja com nome sugestivo e slogan depreciativo veio antes ou depois disto, mas é impossível não fazer a conotação entre uma coisa e outra. A boa menina – hoje esposa – de rosto angelical mostrando uma outra face.

A discussão chegou ao meio cristão. Li debates em fóruns e pesquisei alguns blogs evangélicos que foram unânimes na apresentação dos versículos, mas variados e férteis de imaginação nas respostas. Esta prática mancha o testemunho cristão? Está fora do pudor, dos princípios bíblicos e da ética cristã? O que ensinam as igrejas e o que diz a Bíblia?

Há igrejas que se posicionam contra esta modalidade de sexo e há igrejas que não discutem o assunto. Dentre estas que não se posicionaram nem a favor nem contra, há pastores que omitem e há pastores que emitem opinião. Dentre os últimos muitos condenam e alguns poucos defendem tal prática entendendo que o ato entre casados não consiste em pecado.

O texto mais usado pelos que afirmam ser pecado é este: “Não erreis: nem osdevassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem ossodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Corintios 6:10).Quem são os sodomitas? A resposta a esta e para a pergunta se o sexo anal entre casados é, ou não, pecado está na definição de sodomia. Vejamos algumas:

'Sodomia é uma palavra de origem bíblica usada para designar as perversões sexuais, com ênfase no sexo anal, que pode ser homo ou heterossexual'. (Wikipédia)

Sodomia s.f. (latim medieval sodomia, do latim Sodoma, -orumtopônimo[cidade palestiniana]) Prática sexual em que há penetração do ânus com o pênis = SODOMITISMO (dicionário Priberam)

so.do.mi.a s.f. (top Sodoma+ia1) Concúbito de homem com homem ou de mulher com mulher. S. imperfeita: contatos libidinosos entre pessoas do mesmo sexo, sem cópula mas com orgasmo. S. impropriamente dita: coito anal entre homem e mulher. S. perfeita: coito anal de homem com homem com ejaculação; pederastia. (Michaelis UOL)

A definição ou a idéia atual que se tem de sodomia nas igrejas correspondem à definição simples e direta do dicionário Priberam: sodomia = sexo anal. Já na descrição do dicionário Michaelis UOL observamos algumas classificações. A primeira associa sodomia à homossexualidade, e noutra diz que o coito anal heterossexual é impropriamente chamado de sodomia.

Na Wikipédia é descrita como uma perversão sexual, mas a argumentação prossegue: 'O termo foi por muito tempo também utilizado, até mesmo cientificamente, para designar atos sexuais entre homens, ou qualquer ato sexual não reprodutivo. Entretanto, desde as últimas décadas do século XX, tal palavra tem sido considerada pejorativa. À época da inquisição a homossexualidade era referida como sodomia'.
Esta foi a interpretação que fizeram as igrejas por muito tempo: Sodomia = Pederastia (Relação homossexual masculina); Somente de algumas décadas para cá é que começaram reportarem ao ato héteroanal como sodomia.

Percebemos ter havido uma expansão ou redefinição na interpretação conforme a mudança de comportamento e conveniência atual. Talvez por não haver prática não foi necessário a geração passada discutir o assunto, agora com a prática ocorre necessidade de discussão e orientação.

Qual é a origem e como devemos entender o pecado de sodomia?

A palavra sodomia tem origem na passagem bíblica da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19:4-11). Depois que três anjos visitaram Abraão e anunciaram que Sara, já idosa, haveria de conceber, dois deles desceram a Sodoma e não ocultaram a Abraão qual era a missão deles naquela cidade. Abraão temendo pela vida de Ló intercedeu em seu favor ao anjo que ficou em sua casa: “Destruirias também o justo com o ímpio?”  (Gn 18:23). Enquanto isso os outros dois anjos eram recebidos na casa de Ló, e logo chegou o comitê de boas-vindas sodomita. Ló implorou para que não fizessem mal aos seus hóspedes chegando a oferecer as duas filhas virgens para serem desonradas. Quando os varões de Sodoma lançaram-se sobre Ló e sobre os anjos para lhe fazerem o mal, foram acometidos de cegueira e não consumaram o ataque.  Ló fugiu e as cidades foram destruídas.

Já me disseram o absurdo que sodomia é o “sexo com anjos”. Em Gênesis 6:2 lemos: “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”. Os filhos gerados dessa união eram gigantes e maus (v.4). Este episódio é antediluviano; O incidente em Sodoma foi depois da grande inundação.  Para não permitir que o mesmo mal voltasse acontecer (anjos tendo relações com humanos) e não ter que destruir a terra novamente, Deus puniu os moradores aniquilando as cidades. Criativo, mas como explicar a atualidade do pecado?

Como recusaram as moças entendeu-se por muito tempo que os habitantes de Sodoma eram homossexuais. O texto da Nova Tradução na Linguagem de Hoje corrobora com a idéia: “Eles chamaram a Ló e perguntaram: – Onde estão os homens que entraram na sua casa esta noite? Traga-os aqui fora para nós, pois queremos ter relações com eles” (Gênesis 19:5).
Essa idéia ou interpretação que a sodomia é a pederastia está explícita em outro texto bíblico, 1 Timóteo 1:10.  Compare as traduções:

“Para os fornicarios, para os sodomitas... e para o que for contrário à sã doutrina” (Almeida Revista e Corrigida).

“Para os imorais, os homossexuais... para os que fazem qualquer outra coisa que é contra o verdadeiro ensinamento” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje).

Mas não é nada disso, não eram efeminados, não eram gays, tinham suas famílias e mulheres. Eles aplicavam um trote violento aos forasteiros. Eles não queriam fazer afago, queriam fazer estrago; Eles não procuram “parceiros sexuais”; procuravam “vítimas sexuais”. Assim sendo, minha interpretação do pecado e definição de sodomia é:

Sodomia é o bullying no qual há emprego de violência sexual praticado sob escárnio com a pretensão de humilhar o subjugado. É um estupro coletivo que atenta contra a integridade física e moral de uma vítima sob dominação. Sendo que a agressão pode ser por penetração peniana ou introdução de objetos com forma fálica.

Seriam exemplos de sodomia: A tortura dos soldados contra seus prisioneiros de guerra; A violência praticada contra mulheres e crianças após tomarem uma cidade; Aquilo que os presos fazem a um estuprador; A ação de policiais que violentam prostitutas e travestis com os cassetetes; etc.

Veio à mente dois fatos: Os desabrigados pelo furacão Katrina foram alojados num estádio, os refugiados se ‘tribalizam’ e um grupo ‘dominante’ começou a cometer estupros e subjugar as pessoas. O segundo é um fato ocorrido numa vila de trabalhadores: Um homem desonrou uma moça e fugindo da ira do pai e irmãos dela, foi localizado e alcançado por eles, mas ao revelar que não podia desposar a moça porque já era casado e tinha família em outro Estado, eles o estupraram e introduziram um vidro de pimenta no infeliz.

Quem é o sodomita? O sodomita é somente o agressor, não o agredido. Na sodomia há dois inimigos, no ato conjugal há dois amantes; A sodomia é pela força, o ato conjugal é por consentimento; Na sodomia o prazer é de um só, no ato conjugal é buscado pelos dois. Com estas diferenças considero errado chamar a conjunção marital, como a homossexual, de sodomia. Estariam, portanto, equivocadas: A interpretação atual e também a tradução na linguagem de hoje.

Eu mesmo considerava muita pretensão da minha parte questionar as traduções e os ensinos, porém o mesmo raciocínio segue na enciclopédia virtual: 'Alguns estudiosos bíblicos argumentam que o trecho desencadeador da "ira divina" é fruto de um grande mal entendido. O termo ‘conhecer’, presente em traduções mais antigas (e traduzido por ter relações sexuais em algumas traduções modernas), não indicaria necessariamente o ato sexual. Indica, de acordo com esses estudiosos, o abuso sexual e a intenção de fazer o mal ao próximo. Esses estudos pregam, a partir daí, que os sodomitas, que eram todos os habitantes de Sodoma (homens, mulheres, velhos e crianças), eram tão perversos que desejavam humilhar os forasteiros, abusando-os pela simples razão de serem estrangeiros. E dizem ainda que a intenção dos habitantes pode ser entendida apenas como vontade de fazer o mal. O texto bíblico é claro em indicar que não havia dez homens justos em Sodoma (Gênesis 18:32) e por isso a cidade e suas vizinhas foram destruídas por Deus'.

Opinião. Tenho convicção para afirmar que sodomia na Bíblia não é pederastia ou o coito héteroanal, mas ainda não está respondido se a prática no casamento é, ou não, pecado.


Outras argumentações e refutações

Pecado nefando. Nefando significa contrário à natureza. A justificativa para considerá-lo assim é que o ânus pertence ao aparelho digestivo e não ao reprodutor. Este argumento é defendido utilizando os textos de Romanos 1:26,27.

26. “Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
27.  E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”.

A boca pertence ao aparelho digestivo. O que está referido aqui é a homossexualidade que é contrária aos propósitos de Deus para o casamento. Torpeza não é o ato homossexual em si, mas qualquer procedimento impudico que traz opróbrio (vergonha pública).

Sujidade. Alegam alguns que é coisa de gente porca, uma imundícia que contamina o indivíduo na carne e alma.

"Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo"  (1 Co 6:18)

Outras traduções como Bíblia online e a Almeida Revista e corrigida que tenho em mãos traduz: “Fugi da prostituição”. Na Bíblia prostituição e fornicação aparecem equivalentes na maioria dos textos, como no verso áureo.

Obra infrutuosa e torpe. O capítulo 5 da carta aos Efésios também é muito empregado pelos que julgam pecaminosa a prática anal porque ela não é reprodutiva, ou seja, infrutuosa; E torpe no sentido de nojento e sujidade apresentado acima.

3. Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos;
4. Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças.
 5. Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
12. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe.

Antes era ensinado que o sexo não era pecado somente quando havia a intenção de procriar; Ora, segundo este entendimento, pessoas casadas estéreis estariam pecando. Hoje é aceito que o sexo pode ser praticado para o deleite do casal sem a intenção reprodutiva. Justificar que o coito anal não pode ser praticado porque é uma obra infrutuosa no sentido de não ser reprodutivo é um retrocesso. As obras infrutuosas das trevas de Efésios 5:11 são as obras da carne que não produzem os frutos do espírito de Gálatas 5:16-23.

Há os que não se pronunciam pela dúvida, como há aqueles que não se pronunciam porque são contrários e estariam seguindo a recomendação do verso 12. Temos algo curioso aqui: quando lemos o versículo isoladamente ou relacionamos ao verso 5, o significado de torpe está no sentido de ‘sujo’; mas quando fazemos o contexto com os versos 3 e 4 o significado de torpe passa a ser ‘fútil’; 'banal'. Somos exortados: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem" (Efésios 4:29).

A expressão “nem ainda se nomeie entre vós” eu entendo que não é para falar banalidades sob zombaria, mexericos e insultos; não que seja errado discutir o assunto tentando aprender.  O verso 4 apóia este raciocínio, falar coisa fúteis em que não há proveito, não convém aos santos, antes haja ação de graças; sentido; valor; proveito nas nossas palavras. Torpeza, parvoíce e chocarrice foi o que fizeram com a Sandy.

Torpeza = Afronta vil ou baixeza que traz descrédito ao bom nome e vergonha pública; ato ou dito que revela sentimentos vis.
Chocarrice = Zombaria indecente; chalaça grosseira; piada sem graça; sátira maledicente.
Parvoíce = Conversa tola, de pouco préstimo, de pouca habilidade, de fraca inteligência; estupidez.

Devassidão. Significa depravação dos costumes. É comum ouvirmos: Isto não é coisa de mulher honesta; Isto é coisa de prostituta. Ora, muita coisa que foi considerada imoral hoje é considerada natural. O orgasmo, fundamental na relação sexual, já foi considerado moralmente vergonhoso, uma devassidão.  Se hoje há mulheres que fingem orgasmo, antes fingiam não ter para não serem consideradas depravadas (devassas). Ademais o vocábulo ‘devassos’ na tradução da minha bíblia é ‘fornicários’. Isto acontece em Hebreus 12:16, Efésios 5:5 e 1Corintios 5:11.

Submissão. Os homens que curtem esta modalidade de sexo gostam de afirmar que a mulher está submissa ao marido e deve sujeitar-se às suas vontades. Em contrapartida quem é contra argumenta que nesta condição a mulher fica subjugada e o prazer é unilateral.

“O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher” (1 Corintios 3,4)

Aqueles defendem prática como livre utilizando este texto, cuidado! Pois o princípio aqui é o da reciprocidade – o que o marido pode sobre a esposa, a esposa pode sobre o marido. O sexo anal não é algo que a esposa deve ao marido porque não é uma necessidade, não é uma exigência do matrimônio. Não torna os casais melhores nem os fazem mais felizes. Eu e minha esposa somos um casal "à moda antiga" e plenamente felizes e realizados.

Quanto a questão da humilhação da mulher e de não haver interesse da parte feminina já constatei pelas perguntas que foram feitas em igualdade por moços e moças que isso não é verdadeiro. Como as modalidades de sexo são possíveis nas mesmas posições, muitos consideram que a mulher não estaria inferiorizada ou humilhada.

Quanto somente o homem ter prazer também não foi o que li. A mulher tem prazer e pode chegar ao orgasmo. O ânus é uma zona erógena e como tal é capaz de proporcionar sensações agradáveis quando estimulada.

Opinião. Vimos tentativas de colocar o sexo anal marital como abominável, sujo, devasso, contrário à natureza, perversão, mas todos os textos se referiam àquilo que é praticado fora do casamento.


Princípios bíblicos

O casamento dentro dos propósitos de Deus é heterossexual, monogâmico e indissolúvel e seu objetivo é a formação de famílias. O casamento deve estar baseado nos princípios do amor verdadeiro, fidelidade, doação, altruísmo, proteção. Nas questões sexuais os princípios são:

Respeito.  Este é o princípio fundamental. Temos uma obrigação moral com nosso cônjuge. Cumprir cada um o seu papel é uma questão de ética. O que se faz pelo outro não se faz por obrigação mas de boa vontade, honrado e enaltecendo o par.

“O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido” (1 Coríntios 7:3)

Dever. Estando em condições um cônjuge não deve negar-se a fazer sexo. O sexo anal não podemos dizer que é algo devido ao marido. “Então é indevido?” - se apressam aqueles que tem opinião formada que o ato é pecado. Não é devido no sentido de obrigatório, não de pecaminoso.

“O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido” (1Co 7:3)

Integridade. Ninguém que ama maltrata a sua própria carne, que é o cônjuge (Ef 5:28,29). A mulher deve ser tratada como uma porcelana fina, um vaso de honra e frágil (1Pe 3:7). O ato requer preparos e cuidados específicos sem os quais não é possível uma relação prazerosa. Portanto, sadismo (prazer em provocar dor) e masoquismo (prazer em sentir dor) não correspondem à ética cristã. O alerta é: “para que não sejam impedidas as vossas orações” (1Pe 3:7). 

Altruísmo. Os esforços de cada cônjuge devem ser em como agradar o outro. A felicidade de um consiste em ver o outro feliz.

“Mas o [homem] que é casado cuida em como há de agradar à mulher.
... a [mulher]casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido” (1Coríntios 7:33,34)

Reciprocidade. Já comentamos acima. Os deveres e direitos para homens e mulheres são os mesmos.

“A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher” (1C0 7:4)

Privacidade.  A recâmara da tenda – o quarto do casal - era um ambiente inviolável, e mesmo que às vezes fosse um véu que permitia alguma visão, dava muita privacidade aos amantes porque havia grande respeito (veneração) e ninguém ousava olhar na direção. 

“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula” (Hebreus 13:4)

Autocontrole. A falta de moderação e controle sobre os desejos sexuais na tradução Almeida é chamada de incontinência. A concupiscência que é o apetite sexual desordenado abre portões para o diabo nos tentar.

“Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência" (1Co.7:3-5)

Consentimento mútuo. O mesmo versículo apresenta o princípio do consentimento. Aqui está a defesa dos que se entregam às experiências anais conjugais. O casal tem liberdade de decidir o que é bom para sua relação, para seus amores, para fortalecer os laços conjugais. “Quando um não quer, dois não fazem” - As pessoas têm suas convicções; uns seus traumas, seus temores, suas crenças; outros seus desejos, suas aptidões, suas fantasias. Cada casal haverá de encontrar seus caminhos, o diálogo é a ferramenta, e respeitar a opinião do outro é fundamental.

Opinião. Quando praticado dentro dos princípios bíblicos do respeito, consentimento mútuo, integridade, reciprocidade, considero muito difícil julgar como pecado e, sinceramente, não acho que isto venha manchar uma união saudável e feliz. Também não vejo como isto pode anular a salvação que o Espírito Santo operou em nós.

Considerações finais

Os paradigmas daquela geração estão sendo quebrados por esta. Temos maior abertura e menor censura. Falamos, ouvimos, vemos e nos informamos mais sobre sexo do que fizeram nossos pais. Ademais sofremos o bombardeio das mídias, dos artistas e a da pornografia presente na música, na moda, em toda esquina, que fomenta a sensualidade e a imaginação - Haja vista a frase da propaganda da cerveja Devassa. Por estas razões a geração presente aventurou-se mais nesta experiência do que a anterior. A geração que vem aí experimentará mais do que a atual. Sem dúvidas, será um dilema para vocês jovens. A igreja deve aparelhar-se para orientar precisamente os novos casais.

Contudo, não vejo urgência na questão. Não entendo porque tanto alvoroço. Esta nunca foi e jamais será a prioridade da igreja. Quando o casal eventualmente praticar essa modalidade de sexo, eu imagino que passada a curiosidade muitos casais não se firmarão na prática porque suas experiências podem ser frustrantes trazendo arrependimento e sentimento de culpa. Se o casal fará esporadicamente ou regularmente dependerá se as experiências forem satisfatórias ou não - A curiosidade pode levar à prática, mas ao hábito somente a satisfação.

Opinião. Nossos sentimentos são bons ou maus dependendo da origem e intenção. É necessário um exame de consciência para definirmos  se este desejo é corrupto ou verdadeiro; concupiscível ou honesto; se ele vem das induções pornográficas ou do zelo matrimonial.  Acredito que é possível a prática atentando o bem da relação, mas se estiver gerando em nós um desejo imoderado e  concupiscente, como crentes devemos estar dispostos a abandoná-la porque “Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gálatas 5:24,25).

Conclusão. Não encontrei referências diretas para, baseado nelas, aprovar ou condenar o coito anal no casamento. Em Romanos 14 lemos que as opiniões dos crentes podem divergirem abismalmente, porém somos alertados ali a fazer tudo com uma boa consciência, sabedoria e temor – “cada um esteja seguro em seu próprio ânimo” (Rm 14:5)

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