domingo, 14 de janeiro de 2018

APÓCRIFOS II



       Evangelhos Apócrifos
                                                              Agrapha Extra-Evangelho


Durante os três anos de sua pregação, Jesus Cristo falou para multidões, em diversos lugares. Muito do que ele disse ficou registrado nos Evangelhos do Novo Testamento.
Frases, sentenças e palavras, conhecidas como agrapha, acabaram sendo transmitidas pela tradição oral e mais tarde registradas também. Esses registros foram sendo copiados, recopiados e traduzidos, muitas vezes sofrendo alterações conforme a interpretação da época ou da pessoa que lidava com esses textos.

1- CAPÍTULO

E ESTANDO com eles à mesa, recomendou-lhes que não se retirassem de Jerusalém, mas que aguardassem a promessa do Pai, "que de mim ouvistes, porque João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a alguns poucos dias". [...] Disse-lhes: "Não vos cabe conhecer os tempos ou as possibilidades que o Pai determinou com sua própria autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo que virá a vós, e dareis testemunho de mim tanto em Jerusalém quanto em toda a Judéia e Samaria, até os confins da terra".

2 E preciso [...] recordar as palavras do Senhor Jesus, pois que ele disse: "Maior ventura é dar que receber".
3 Fazei isto em minha memória. [...] Fazei isto, tantas quantas vezes bebeis, em minha memória.
4 Porque isto vos confirmamos de acordo com a palavra do Senhor: que nós, os vivos, os que sobreviverem até a Vinda do Senhor, estaremos na dianteira dos que dormiram.
5 Eis que aqui venho como ladrão. Venturoso é aquele que vigia e conserva suas vestes de forma que não ande desnudo e deixe à vista suas vergonhas.
6 [...] mas vós haveis de crescer partindo do pequeno, e não procurando diminuir o grande. Assim, quando vos acercardes, convidados a um banquete, não vos julgueis dignos de ocupar os assentos de honra à mesa, nem vos acerqueis sequer deles, para que não venha alguém mais digno que vós e, chegando o anfitrião, vos diga: "Sentai-vos um pouco mais para baixo", deixando-vos embaraçados. Mas se vos aproximais dos lugares mais humildes, onde estejam os que são menos que vós, vos dirá o anfitrião: "Chegai-vos mais para cima"; isto vos será útil.
7 E aqueles (apóstolos) se desculpavam dizendo: "Este mundo infiel e iníquo está sob o poder de Satã, que não permite aos impuros de espírito perceber a verdadeira força de Deus. Manifesta, pois, vossa justiça", diziam os apóstolos a Cristo. Mas Ele lhes dizia: "Foram cumpridos os anos de duração do poder satânico, mas se aproximam outras coisas terríveis. Eu me entreguei à morte por aqueles que pecaram, para que voltem à verdade e não tomem a pecar, e para que sejam herdeiros da glória espiritual e incorruptível que está no céu".
8 No mesmo dia, tendo visto alguém que trabalhava no Sábado, lhe disse: "Homem, se te dás conta do que fazes, feliz de ti; mas, se não, és um execrável transgressor das leis".
9 Porque vim a vós como aquele que serve, não como aquele que está sentado à mesa; mas vós vos haveis engrandecido em meu serviço como aquele que serve.
10 E, ao ser batizado, saiu da água uma grande luz que o rodeou, de forma que se encheram de temor todos aqueles que ali estavam.

11 E, de repente, na hora terça, as trevas se estenderam por toda a fase da terra e anjos desceram dos céus. E ao ressuscitar Jesus com o esplendor de Deus vivo, eles se elevaram juntamente com ele, e nesse instante sobreveio a Luz. Então, as mulheres se acercaram do sepulcro e viram removida a pedra.
12 Bateram no peito dizendo: "Ai de nós! Este era o Filho de Deus. Eis que é chegada a ruína de Jerusalém".
13 "Assim," disse, "aqueles que pretendem ver-me a mim e conseguir meu reino, hão de alcançar-me à custa de atribulações e sofrimentos."
14 Por isso disse também Nosso Senhor Jesus Cristo: "No estado em que vos surpreenda. nesse estado vos julgarei".
15 Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, disse: "E necessário que venham os justos, e afortunado aquele por quem eles vêm".
16 Meu segredo, para mim e para os filhos de minha casa.
17 Pedi as grandes coisas e vos serão dadas por acréscimo as pequenas.
18 Justamente, pois, as escrituras, em seu desejo de que sejamos dialéticos dessa categoria, nos exorta: "Sede banqueiros experimentados, recusando o mal e guardando o bem."
19 E o Senhor disse: "Saí (livres), vós que o quereis, de vossas ligaduras".

20 Disse, pois, Jesus: "Fiz-me fraco pelos fracos e passei fome pelos famintos e sede pelos sedentos".
21 Por isso disse o Salvador: "Salva-te a ti e à tua alma".
22 E outra vez disse o Senhor: "Aquele que está casado
não seja repudiado e o celibatário não se case. Aquele que está determinado a viver no celibato, segundo seu propósito, que permaneça celibatário".
23 E no Evangelho está escrito: "A Sabedoria envia seus filhos".
24 Para quem disse o Senhor: "Aquele que anda perto de mim anda perto do fogo; mas aquele que está longe de mim, longe está de meu reino".
25 Por isso disse: "Eis-me aqui diante de mim, aquele que fala por intermédio dos profetas".
26 [...] o ditame evangélico que diz: "Passa o aspecto ilusório do mundo".
27 Pois disse: "Viste a teu irmão? Dás-te conta de que viste a Deus?"
28 Falando de Maria, disse Martha que a tinha visto sorrir. Maria retrucou: "Não ri, pois Jesus anunciou em sua pregação que `o fraco seria salvo pelo forte"'.
29 Portanto, dizia-lhes o Senhor: "Por que vos admirais dos prodígios? Uma herança vos darei que não possui o mundo inteiro".

30 Também disse, acerca da caridade: "o amor cobre grande número de pecados".
31 "Se alguém comunga do corpo do Senhor e faz uso de purificações será amaldiçoado".
32 Porque dizem as Escrituras: "O homem que não foi tentado não foi provado".
33 Pois disse: "Muitos virão em meu nome vestidos por fora com pele de ovelha, mas por dentro são lobos vorazes"; e: "Haverá cismas e heresias".
34 Pois assim disse: "Compadecei-vos para que tenham compaixão de vós; perdoai para que vos perdoem; conforme vosso comportamento em relação aos demais, assim será o deles com relação a vós; do mesmo modo que dais, se vos dará; como julgais, assim sereis julgados; na medida em que sejais bons, usarão de benevolência para convosco; a vara com que medis, servirá de medida para vos mesmos".
35 Disse-se também acerca disso: "Que sue a esmola em tuas mãos até que saibas a quem vais dá-la".
36 Diz o Senhor: "Quando o lenho se inclinar e voltar a subir e quando dele destilar sangue..."
37 Estando o Senhor a falar a seus discípulos acerca do futuro reino dos santos, e ponderando sobre quão glorioso e admirável ele será, Judas, maravilhado ante a descrição, disse: "Quem, pois, poderá ver estas coisas"? E o Senhor replicou: "Será dado ver tais coisas àqueles que se fizerem dignos delas".
Assim mesmo, os anciãos que conheceram a João, o discípulo do Senhor, recordaram-se de tê-lo ouvido referir-se aos ensinamentos e ditos de Jesus acerca daqueles tempos: "Dias virão em que brotarão as vides, tendo cada cepa dez mil sarmentos; e em cada sarmento haverá dez mil ramos, e em cada ramo haverá dez mil rebentos novos; e em cada rebento novo, dez mil cachos de uva, que ao serem espremidos, darão vinte e cinco mil metretas de vinho. E quando algum dos santos for tomar um cacho de uva, lhe dirá um outro: 'Eu sou melhor; toma-me a mim e por meu intermédio bendiz ao Senhor'. Da mesma forma, cada grão de trigo haverá de produzir dez mil espigas, e cada espiga haverá de dar dez mil grãos, e cada grão haverá de dar cinco libras dobradas de pura flor de farinha. E todos os demais frutos, ervas e sementes proliferarão segundo esta proporção. Todos os animais que se nutrirem destes alimentos provenientes da terra serão pacíficos entre si, viverão amigavelmente e estarão submetidos ao homem com toda a sujeição".
Destas coisas dá também testemunho, por escrito, Papias, homem antigo, discípulo de João e companheiro de Policarpo, no quarto de seus livros; pois são cinco os que escreveu. E acrescentou estas palavras: "Mas isto é digno de crédito unicamente para os que crêem. E Judas, o traidor, ao não crer e perguntar de que maneira realizaria o Senhor tais multiplicações, refere-se ao que disse o Senhor: "Vê-las-ão aqueles que forem capazes de chegar até ali".
38 "Sede fortes na batalha e lutai com a serpente antiga e alcançareis o reino eterno", diz o Senhor.
39 Disse Jesus (a quem Deus saúda): "Quantas são as árvores! Mas nem todas dão frutos. Quantos são os frutos! Mas nem todos são bons. Quantas são as ciências! Mas nem todas são úteis".

40 Disse Jesus (a quem Deus saúda): "Não se atiram pérolas aos porcos, pois a sabedoria vale mais que as pérolas, e quem a deprecia, é pior que os porcos".
41 Disse Jesus (a quem Deus saúda): "Como vai ser contado entre os sábios aquele que depois de estar trilhando a senda que conduz à vida futura dirige seus passos na direção deste mundo? E como vai ser contado entre os sábios aquele que busca a palavra de Deus para anunciá-la aos demais e não para colocá-la em prática"?
42 Disse Jesus (a quem Deus saúda): "Feliz daquele que abandona a paixão do momento por uma promessa que ainda não viu".
43 Disse Jesus (a quem Deus saúda): "Acautelai-vos ao olhar para as mulheres, pois evidentemente isto gera a concupiscência no coração, e é suficiente para excitar a tentação".
44 Disse Jesus (a quem Deus saúda): "Não podem estar juntos ao mesmo tempo no coração do crente o amor a este mundo e o amor à vida futura. Da mesma maneira que a água e o fogo não podem tampouco permanecer juntos em um mesmo continente".
45 Disse Jesus (a quem Deus saúda): "Quem busca ao mundo se parece com o homem que bebe água do mar. Quanto mais bebe, tanto mais aumenta sua sede, até que a água acabe por matá-lo".
46 Disse o Messias (a quem Deus saúda): "Feliz daquele a quem Deus ensina seu livro porque não morre soberbo depois disso".
47 Dizia Jesus (a quem Deus bendiz e saúda) aos filhos de Israel: "Recomendo-vos a água pura, as ervas silvestres e o pão de cevada. E tendes cuidado com o pão de trigo, pois nunca podereis dar a Deus abundantes graças por ele".
48 Conta-se que Jesus, filho de Maria (aos quais Deus saúda e enche de bênçãos), disse: "A assembléia de sábios! Haveis abandonado a senda da verdade e haveis amado o mundo. Não obstante, deixais aos vossos reis o domínio deste, ' assim como eles hão deixado a vós, o da sabedoria".
49 Conta-se que Jesus (a quem Deus saúda) disse a seus apóstolos: "Não vos ensinei a glorificar-vos, mas a trabalhar. A sabedoria não consiste certamente em palavras de sabedoria, mas em sabedoria aplicada".

50 Disse o Messias (a quem Deus saúda): "A assembléia de apóstolos! Quantas são as lâmpadas que o vento apaga! A quantos servos de Deus a vaidade corrompe"!
51 Disse Jesus (a quem Deus saúda): "Dois são meus amigos. Quem os ama, a mim me ama; quem entretanto, os odeia, a mim me odeia; são, a saber, a pobreza e a mortificação da cobiça".
52 Coisa mais gloriosa, feliz e perfeita é dar e não receber.
53 Se fordes fiéis no que é pequeno, que se vos dará no grande?
54 Pedi o grande e se vos dará o pequeno. Pedi o celestial e se vos dará o terreno.
55 Poucas coisas do mundo servem para a única coisa necessária.
56 Resistamos a toda a iniqüidade, tenhamos-lhe ódio.
57 Sede bons banqueiros.
58 Se alguém quiser conduzir Israel à penitência, e por meu nome crer em Deus, que remita seus pecados. E ao término de doze anos, que saia do mundo e não diga: "Não te ouvimos".
59 Se vos congregais em meu nome e não cumprirdes meus mandamentos, vos abo-minarei e vos direi: "Afastai-vos de mim, não vos conheço, obreiros da iniqüidade".

60 Sois como cordeiros em meio aos lobos. Mas depois de sua morte, os cordeiros não temem os lobos. Assim, não temais que vos matem, pois que depois de haverdes morrido, nada poderão fazer-vos de mal. Mas temei aqueles que, depois de mortos, têm poder para atirar vosso corpo e vossa alma à Gehenna do fogo.
61 Conservai casta vossa carne e sede imaculados em vosso mais secreto interior, para que possais ser dignos da vida eterna.
62 Eu sou a porta que conduz ao Pai. Minha carne é o pão da vida celeste e meu sangue uma bebida divina. O Espírito Santo sabe de onde vem e pare onde vai, e castiga o que esta oculto.
63 Ninguém conheceu o Pai, a não ser o Filho, e aquele a quem o Filho o quis desvelar nem ninguém conhece o Filho a não ser o Pai.
64 Sempre desejo ouvi sermões inspirados pelo Espírito Divino, e não tenho quem mos pronuncie.
65 Se não fizerdes o destro como o sinistro, o que está acima como se estivesse embaixo, e o que está à frente como se estivesse atrás, não conhecereis o Reino de Deus.
66 Mais vale morrer em Deus que reinar sobre a terra toda, de um extremo ao outro, pois de que serve ao homem possuir o mundo inteiro se é escravo em sua alma?
67 A qualquer um que te peça, dá-lhe.
                                                                          Fim

         Apócrifos
                                       Evangelho da Verdade
                                          
O EVANGELHO da Verdade é alegria para aqueles que receberam do Pai da verdade a graça de conhecê-lo através da força do Logos, que veio do Pleroma e que está no pensamento e na mente do Pai; Ele é o chamado "Salvador", pois é o nome da obra que Ele deve realizar pela redenção daqueles que não conheceram o Pai. O nome do evangelho é a manifestação da esperança, porque é a descoberta daqueles que o buscam, pois o Todo buscou aquele de quem emanou. Vejam, o Todo estava dentro dele, esse uno ilimitado, inconcebível, que é superior a qualquer pensamento.

Esta ignorância a respeito do Pai trouxe terror e medo. E o terror se tornou denso como neblina, de modo que ninguém podia enxergar. Por causa disso, o erro se fortaleceu. Mas o erro trabalhou em sua substância hylica em vão, porque não conhecia a verdade. Estava numa forma moldada enquanto preparava, em poder e em beleza, uma imitação da verdade. Isto, porém, não humilhou o ilimitável e inconcebível. Pois este terror e esta ignorância e esta figura falsa eram nada, enquanto que esta verdade estabelecida é imutável, imperturbável e perfeitamente bela.
Por esta razão, não levem muito à serio o erro. Pois, como não possuía raiz, estava imerso na neblina com respeito ao Pai, ocupado na preparação de obras, esquecimentos e medos, a fim de, por meio deles, enganar os do meio e os aprisionar. 

O esquecimento do erro não foi revelado. Não se tornou luz ao lado do Pai. O esquecimento não existia com o Pai, embora tenha se originado por causa dele. O que existe nele é o conhecimento, que foi revelado para que o esquecimento pudesse ser destruído e para que o Pai pudesse ser conhecido. Como o esquecimento existia porque o Pai não era conhecido, quando o Pai chegar a ser conhecido, a partir deste momento o esquecimento deixará de existir.
Este é o evangelho daquele que é buscado, que Ele revelou aos perfeitos, graças à demência do Pai, como o mistério oculto, Jesus Cristo. Por seu intermédio, Ele iluminou aqueles que estavam na escuridão por causa do esquecimento. Ele os iluminou e indicou-lhes um caminho. E esse caminho é a verdade que Ele lhes ensinou. Por esta razão, o erro se enfureceu com Ele, e por isso o perseguiu. Ele foi perturbado por Ele, e por isso lhe tirou a força. Ele foi pregado numa cruz. Ele se tornou fruto do conhecimento do Pai. Ele, porém, não os destruiu por terem comido o fruto. Em vez disso, fez com que aqueles que o comeram se alegrassem com a descoberta.

E quanto a Ele, encontrou-os nele mesmo, e eles O encontraram neles mesmos, o uno ilimitado e inconcebível, esse Pai perfeito que criou o Todo, em quem o Todo está, e de quem o Todo necessita, já que Ele reteve em si a perfeição deles, a qual não deu ao Todo. O Pai não tinha inveja. Em verdade, que inveja pode-ria existir entre Ele e seus membros? Pois, mesmo se o éon tivesse recebido sua perfeição, eles não seriam capazes de se aproximar da perfeição do Pai, porque Ele reteve sua perfeição em si mesmo, dando-a a eles como uma forma de voltar para Ele e como um conhecimento único em perfeição. Foi Ele quem ordenou o Todo e em quem o Todo existia e de quem o Todo necessitava. Como alguns não O conhecem, ele deseja que eles O conheçam e que O amem. Pois do que é que o Todo precisaria, senão do conhecimento do Pai?

Ele se tornou um guia, tranqüilo e paciente. Dentro de uma escola Ele apareceu e falou a palavra, como um mestre. Aqueles que se consideravam sábios, quiseram testá-lo. Mas ele os dispensou como pessoas de cabeça vazia. Eles o odiaram porque na realidade não eram sábios. Depois de todos estes, vieram também as criancinhas, que possuem o conhecimento do Pai. Quando se fortaleceram, foram lhes ensinados os aspectos da face do Pai. Elas reconheceram e foram reconhecidas. Elas foram glorificadas e glorificaram. O livro vivo dos viventes se manifestou no coração delas, o livro que foi escrito no pensamento e na mente do Pai e, desde antes da fundação do Todo, está naquela parte incompreensível dele.

Este é o livro que ninguém considerou possível pegar, pois estava reservado para aquele que, ao pegá-lo, seria morto. Nenhum daqueles que acreditavam na salvação foi capaz de manifestar-se antes que aquele livro aparecesse. Por essa razão, Jesus, o misericordioso e fiel, aceitou pacientemente o sofrimento para pegar esse livro, pois sabia que sua morte significaria vida para muitos. Assim como no caso de um testamento que ainda não foi aberto, a fortuna do falecido senhor da casa permanece oculta, assim também acontece com o Todo, que esteve oculto enquanto o Pai do Todo estava invisível e único em si mesmo, foi quem todo o espaço se origina. Por esta razão Jesus apareceu. Ele tomou aquele livro para si. Ele foi pregado na cruz. Ele afixou o édito do Pai à cruz.

Oh, que ensinamento grandioso! Ele até se sujeita à morte, apesar de estar revestido de vida eterna. Tendo se despojado desses farrapos perecíveis, ele vestiu a incorruptibilidade, que ninguém seria capaz de lhe tirar. Tendo penetrado no território vazio dos medos, ele passou diante daqueles que estavam nus por causa do esquecimento, sendo tanto conhecimento como perfeição, proclamando as coisas que estão no coração do Pai, Ele se tornou a sabedoria daqueles que foram instruídos. Mas aqueles que ainda devem ser ensinados, os vivos que estão inscritos no livro dos viventes, aprendem sobre si mesmos, recebendo ensinamentos do Pai, para voltar para Ele novamente.

Já que a perfeição do Todo está no Pai, é necessário que o Todo suba até Ele. Portanto, se alguém possui o conhecimento, recebe o que lhe pertence, atraindo-o para si. Pois aquele que é ignorante, é deficiente, e é uma grande deficiência, pois lhe falta aquilo que o tornaria perfeito. Como a perfeição do Todo está no Pai, é necessário que o Todo suba até Ele para que cada um receba as coisas que lhe pertencem. Ele as registrou antecipadamente, tendo-as preparado para serem dadas àqueles que vieram dele.

Aqueles cujo nome Ele conhecia primeiro foram, por fim,chamados, portanto aquele que possui conhecimento é aquele cujo nome o Pai pronunciou. Pois aquele cujo nome não foi pronunciado é ignorante. Em verdade, como é que alguém ouvirá se seu nome não foi pronunciado? Pois aquele que permanece ignorante até o fim é uma criatura do esquecimento e perecerá assim. Se não fosse assim, por que estes miseráveis não têm nome, por que não foram chamados? Portanto, se alguém possui conhecimento, é um ser que vem do alto. Se ele foi chamado, ele ouve, responde, e se volta para aquele que o chamou e sobe até Ele e sabe de que maneira é chamado. Possuindo o conhecimento, faz a vontade daquele que o chamou. Ele deseja agradá-lo e encontra a paz. Ele recebe um determinado nome. Aquele que, portanto, tiver conhecimento, sabe de onde veio e para onde vai. Ele sabe isso como uma pessoa que, tendo ficado embriagada, rejeitou sua embriaguez e, ao voltar a si, restaurou aquilo que lhe pertencia.

Ele desviou muitos do erro. Ele foi na frente deles para os lugares aos quais pertenciam, de onde eles haviam saído quando erraram por causa da profundidade daquele que cerca todos os lugares, enquanto não há nada que o cerque. Foi uma grande maravilha que eles estivessem no Pai sem o conhecerem e que fossem capazes de partir por sua própria vontade, já que não eram capazes de conter e conhecer aquele em quem estavam, pois em verdade a vontade dele não saiu dele. Pois Ele a revelou como um conhecimento com o qual todas as suas emanações concordam, ou seja, o conhecimento do livro dos vivos que Ele revelou aos éons como suas letras, expondo-lhes que não são meramente vogais nem consoantes, como uma leitura sem sentido; ao contrário, são letras que transmitem a verdade. São pronunciadas somente quando conhecidas. Cada letra é uma verdade perfeita como um livro perfeito, pois são letras escritas pela mão da unidade, já que o Pai as escreveu para os éons, para que eles, por meio das letras, pudessem vir a conhecer o Pai.

Enquanto sua sabedoria medita sobre o Logos, e já que seu ensinamento o expressa, seu conhecimento foi revelado. Sua honra é uma coroa sobre sua cabeça. Como sua alegria concorda com o conhecimento, sua glória o exaltou. E revelou sua imagem. Obteve sua paz. Seu amor tomou forma corpórea. Sua confiança o abraçou. Portanto, o Logos do Pai vai para o Todo, sendo o fruto de seu coração e a expressão de sua vontade. Ele sustenta o Todo. Ele escolhe e também toma a forma do Todo, purificando-o e fazendo com que volte ao Pai e à Mãe, a Jesus da suprema doçura. O Pai abre seu peito, mas seu peito é o Espírito Santo. Ele revela seu ser oculto que é o seu filho, para que, através da compaixão do Pai, os éons possam conhecê-lo, concluir sua busca esgotante pelo Pai e repousar nele, sabendo que isto é o repouso.

 Depois que Ele completou aquilo que estava incompleto, dispensou a forma. A forma disto [isto é, aquilo que estava incompleto] é o inundo, aquilo que Ele ser-viu. Pois onde existe a inveja e a luta, existe imperfeição; mas onde existe unidade, existe perfeição. Como esta imperfeição aconteceu porque o Pai não era conhecido, quando o Pai for conhecido, a imperfeição no mesmo instante cessará de existir. Como a ignorância de alguém desaparece quando obtém conhecimento, e como as trevas desaparecem quando aparece a luz, assim também a imperfeição é eliminada pela perfeição. Certamente, a partir desse momento, a forma não se manifesta mais, mas será dissolvida na fusão com a unidade, pois agora suas obras estão misturadas. Com o tempo, a unidade completará o espaço. Por meio da unidade cada um se entenderá. Por meio do conhecimento se purificará da diversidade com uma visão da unidade, consumindo a matéria dentro de si mesmo como o fogo e a escuridão são devorados pela luz, a morte pela vida.

Certamente, se essas coisas aconteceram a cada um de nós, cabe-nos pensar sobre o Todo para que a casa se torne santa e silenciosa para acolher a unidade. Da mesma maneira que pessoas que se mudaram de uma vizinhança, se elas possuem vasos imprestáveis, normal-mente os quebram. No entanto, o dono da casa não sofre com a perda, mas se rejubila, pois no lugar desses vasos defeituosos terá aqueles que são completamente perfeitos. Pois este é o julgamento que veio do alto e que julgou cada pessoa, uma espada desembainhada de dois gumes que corta deste e daquele lado. Quando Ele apareceu, isto é, o Logos, que está no coração daqueles que o pronunciam — não era apenas um som mas se tornou um corpo — uma grande perturbação ocorreu no meio dos vasos, pois alguns tinham sido esvaziados, outros enchidos; alguns foram guardados, outros descartados; alguns foram purificados, outros quebrados. Todos os espaços foram abalados e perturbados pois não possuíam ordem nem estabilidade. 

O erro foi perturbado sem saber o que fazer. Ficou preocupado; lamentou-se, ficou fora de si porque não sabia de nada. Quando o conhecimento, que é sua abolição, aproximou-se dele com todas as suas emanações, o erro ficou vazio, já que não havia nada dentro dele. Apareceu a verdade; todas as suas emanações o reconheceram. Saudaram o Pai com um poder que é completo e que as liga a Ele. Pois cada um ama a verdade porque a verdade é a boca do Pai. Sua língua é o Espírito Santo, que o liga à verdade, afixando-o à boca do Pai pela sua língua, na ocasião em que ele receberá o Espírito Santo.
Esta é a manifestação do Pai e sua revelação a seus éons. Ele revelou seu ser oculto e o explicou. Pois quem é que existe senão o próprio Pai? Todos os espaços são suas emanações. Eles sabiam que se originam dele como filhos de um homem perfeito. Eles sabiam que ainda não haviam recebido a fora nem um nome, cada um destes gerados pelo Pai. Se eles, nesta ocasião, recebem forma através de seu conhecimento, embora estejam realmente nele, não o conhecem. Mas o Pai é perfeito.

 Ele conhece cada espaço que há nele. Se for de seu agrado, Ele revela quem Ele quiser, dando-lhe uma forma e um nome; e Ele lhe dá um nome e o traz para a existência. Aqueles que ainda não existem ignoram aquele que os criou. Eu não digo, portanto, que aqueles que ainda não existem são nada. Mas estão nele que irá querer que existam quando for de seu agrado, como o acontecimento que ainda está por vir. Por um lado, Ele sabe, antes que qualquer coisa seja revelada, o que Ele produzirá. Por outro lado, o fruto que ainda não foi revelado não sabe de nada e é nada. Assim, cada espaço que, por sua parte, está no Pai provém do existente, que, por sua parte, o estabeleceu do não-existente... aquele que não existe, jamais existirá.

O que é, então, que Ele quer que ele pense? "Eu sou como as sombras e os fantasmas da noite". Quando chega a manhã, este sabe que o medo que ele sentiu era nada. Assim eles eram ignorantes a respeito do Pai; Ele é aquele que eles não viam. Como houve medo e confusão e falta de confiança e duplicidade de pensamento e divisão, havia muitas ilusões concebidas por Ele, o primeiro, bem como ignorância vazia — como se eles estivessem profundamente adormecidos e se vissem vítimas de sonhos. Ou existe um lugar para onde eles fogem, ou lhes falta força quando vêm, tendo perseguido coisas não identificadas. Ou eles desferem golpes, ou eles mesmos recebem arranhões. Ou eles caem de lugares altos, ou saem voando pelo ar, embora não tenham asas, outras vezes, é como se determinadas pessoas estivessem tentando matá-los, mesmo que não haja ninguém os perseguindo; ou, eles mesmos matam aqueles que estão a seu lado, pois estão manchados com o sangue deles. Até o momento em que aqueles que estão passando por todas estas coisas - quero dizer aqueles que vivenciaram todas estas confusões — despertam, eles nada vêem porque os sonhos são nada. E assim que aqueles que se desfazem da ignorância como ovelhas, não consideram que seja alguma coisa, nem consideram suas propriedades serem algo real, mas renunciam a elas como um sonho noturno e consideram o conhecimento do Pai como a aurora.

 E assim que cada um tem agido, como se estivesse adormecido, durante o tempo em que foi ignorante e então chega a entender, como se estivesse despertando. E bem-aventurado é o homem que recupera seus sentidos e desperta. Em verdade, abençoado é aquele que abriu os olhos dos cegos.
E o Espírito se apressou até ele e o despertou. Deu a mão àquele que estava deitado inerte no solo, colocou-o firme nos seus pés, pois ele ainda não havia se erguido. Ele lhes deu meios de ter o conhecimento do Pai e a revelação de seu Filho. Pois quando eles O viram e ouviram, Ele lhes permitiu provar e cheirar e tocar o Filho amado.

Ele apareceu, informando-os sobre o Pai, o uno ilimitável. Ele inspirou-os com aquilo que está na mente, enquanto fazia sua vontade. Muitos receberam a luz e se voltaram para Ele. Mas os homens materiais são estranhos a Ele e não discerniram sua imagem nem O reconheceram. Pois Ele veio na aparência da carne e nada impediu seu caminho porque era incorruptível e incoercível. Além do mais, enquanto anunciava coisas novas, falando sobre aquilo que está no coração do Pai, Ele proclamou a palavra infalível. A luz falou através de sua boca, e sua voz emitia luz. Ele lhes deu pensamento e entendimento e misericórdia e salvação e o Espírito da força, derivado da infinitude do Pai, e doçura. Ele fez cessar os castigos e os suplícios, pois eram estes que faziam com que muitos necessitados de misericórdia se desgarrassem dele no erro e em correntes — e Ele os destruiu poderosamente e zombou deles com o conhecimento. 

Ele se tornou o caminho para aqueles que se desgarraram e conhecimento para aqueles que eram ignorantes, descoberta para aqueles que buscavam, e apoio para aqueles que vacilavam, pureza para aqueles que foram maculados.
Ele é o pastor que deixou as noventa e nove ovelhas que não se haviam desgarrado e foi em busca daquela que estava perdida. Ele se alegrou quando a encontrou. Pois noventa e nove é um número contido na mão esquerda. O momento em que encontra aquela perdida, porém, o número inteiro é transferido para a mão direita. Assim é aquele a quem falta o um, isto é, a mão direita toda atrai aquilo que lhe falta, pega-o do lado esquerdo e o transfere para o direito. Desta maneira, portanto, o número se torna cem. Este número significa o Pai.

Ele trabalhou até no Sabbath por causa da ovelha que encontrou caída no abismo. Ele salvou a vida desta ovelha, tirando-a do abismo para que vós possais entender totalmente o que é esse Sabbath, vós que possuís total entendimento. E o dia no qual não é apropriado que se deixe de lado a salvação, para que vós possais falar desse dia celeste que não tem noite e do sol que não se põe porque é perfeito. Dizei então em vosso coração que sois este dia perfeito e que em vós mora a luz que não falha.
Falai a respeito da verdade àqueles que a buscam e do conhecimento àqueles que, no seu erro, cometeram pecados. Firmai o passo daqueles que tropeçam e estendei vossas mãos para os enfermos. Alimentai os famintos e aquietai aqueles que estão perturbados. Cuidai dos homens que amais. Erguei e despertai aqueles que dormem. Pois vós sois o entendimento que encoraja. Quando os fortes seguem este caminho, eles se tornam mais fortes ainda. Voltai vossa atenção para vós mesmos. Não vos preocupeis com outras coisas, ou seja, com aquilo que lançastes fora de vós mesmos, aquilo que dispensastes. Não Volteis a comer destas coisas. Não sejais comidos por traças. Não sejais comidos por vermes, pois vós já vos livrastes deles. Não sejais local para o demônio, pois já o destruístes. Não fortaleceis vossos últimos obstáculos, porque isso é repreensível. Pois o homem sem lei é nada. Ele se prejudica mais do que a lei. Pois realiza suas obras porque é uma pessoa sem lei. Mas este, porque é uma pessoa justa, realiza suas obras entre os outros. Portanto, fazei a vontade do Pai, porque procedeis dele.

Pois o Pai é doce e sua vontade é boa. Ele conhece as coisas que são vossas, portanto, podeis descansar nelas. Pois é pelos frutos que são conhecidas as coisas que são vossas, que são os filhos do Pai, e se conhece seu aroma, que vós vos originais da graça de seu semblante. Por esta razão, o Pai amou seu aroma; e este se manifesta em todos os lugares; e quando se mistura com a matéria, Ele dá seu aroma para a luz; e em seu repouso Ele faz com que este se eleve em cada forma e em cada som. Pois não há narinas que cheirem o aroma, mas é o Espírito que possui o sentido de olfato e este o atrai para si por si mesmo e mergulha no aroma do Pai. Ele é, realmente, o lugar próprio para o aroma, e leva-o para o lugar de onde veio, no primeiro aroma que é frio. E algo em forma psíquica, semelhante à água fria que é... pois está no solo que não é duro, sobre o qual aqueles que o vêem pensam "E terra". Depois, se torna mole novamente. Quando se faz uma inspiração, normalmente esta é quente. os aro-mas frios, portanto, provêm da divisão. Por esta razão, Deus veio e destruiu a divisão e trouxe o Pleroma quente do amor, para que o frio não volte, mas prevaleça a unidade do pensa-mento perfeito.

Esta é a palavra do Evangelho acerca do encontro do Pleroma para aqueles que esperam pela salvação que vêm do alto. Quando a esperança deles, pela qual aguardam, está acesa — aqueles cuja imagem é a luz na qual não há sombra — então o Pleroma está prestes a vir. A deficiência da matéria, porém, não é por causa da ilimitação do Pai. E no entanto ninguém é capaz de dizer que o Uno incorruptível virá desta maneira. Mas a profundeza do Pai está aumentando, e o pensamento do erro não está com Ele. E uma questão de cair e uma questão de ser prontamente erguido ao encontrar aquele que veio e aquele que quer voltar.
Pois esta volta é chamada "arrependimento". Por esta razão, respirou a incorrupção. Ela seguiu aquele que pecou, para que ele encontre a paz. Pois o perdão é aquilo que permanece para a luz na deficiência, a palavra do pleroma. Pois o médico se apressa para o lugar no qual existe a doença, porque este é o seu desejo. O doente está numa condição deficiente, mas ele não se esconde porque o médico possui aquilo que lhe falta. Desta maneira, a deficiência é preenchida pelo Pleroma, que não possui deficiência, que se deu a si mesmo para preencher aquele que é deficiente, para que a graça possa levá-lo, então, da região que é deficiente e nau possui graça. Por causa disto uma diminuição ocorreu no lugar em que não há graça, a região onde aquele que é pequeno, que é deficiente, fica preso.

Ele se revelou como um Pleroma, isto é, a descoberta da luz da verdade que luziu para Ele, porque Ele é imutável. Por esta razão, aqueles que foram perturbados falaram sobre Cristo no seu meio para que pudessem receber uma resposta e para que Ele pudesse ungi-los com ungüento. O ungüento é a piedade do Pai, que terá misericórdia deles. Mas aqueles que Ele ungiu são os perfeitos. Pois os frascos cheios são aqueles que costumam ser usados para ungir. Mas quando se conclui uma unção, normalmente o frasco fica vazio, e a causa de sua deficiência é o consumo do ungüento. Pois então uma inspiração se produz apenas por meio da força que se tem. Mas aquele que não tem deficiência — não confia em ninguém além dele nem despeja nada. Aquele que é deficiente volta a ser preenchido pelo Pai perfeito. Ele é bom. Ele conhece suas plantações porque foi Ele quem as plantou em seu Paraíso. E seu Paraíso é seu lugar de repouso.

Esta é a perfeição no pensamento do Pai e estas são as palavras de sua reflexão. Cada uma de suas palavras é obra de sua única vontade para revelação de seu Logos. Como estavam na profundeza de sua mente, o Logos, que foi o primeiro a surgir, fez com que elas aparecessem, junto com um intelecto que fala a palavra única por meio de uma grande graça. Foi chamado "Pensamento", pois as palavras estavam nele antes de se manifestarem. Aconteceu, então, que o pensamento foi o primeiro à surgir — no momento agradável à vontade daquele que o desejou; e está na vontade o repouso do Pai, com o que se compraz. Nada acontece sem o Pai, nem ocorre algo sem a vontade do Pai. Mas Sua vontade é incompreensível. Sua vontade é seu sinal, mas ninguém pode conhecê-la, nem é possível que alguém se concentre nela para possuí-la. Mas o que Ele quer acontece no momento que Ele o quer — mesmo quando o espetáculo não agrada a ninguém: é a vontade de Deus. Pois o Pai conhece a origem de todos eles, bem como seu fim. Pois quando o fim deles Chega, Ele os questionará diretamente. O fim, ora, é o reconhecimento daquele que está oculto, isto é, o Pai, de quem surgiu o início e para quem retornam todos os que vieram dele. Pois eles foram manifestados para a glória e a alegria de seu nome.

E o nome do Pai é o filho. Foi Ele quem, no início, deu um nome para aquele que emanou dele — Ele próprio — e o gerou como filho. Ele lhe deu o nome que lhe pertencia — Ele, o Pai que possui tudo que existe ao seu redor. Dele é o nome; dele é o filho. Eles podem vê-1o. O nome, porém, é invisível, pois Ele sozinho é o mistério do invisível, destinado a penetrar nos ouvidos que são completamente preenchidos por Ele, por meio da ação do Pai. Além do mais, quanto ao Pai, seu nome não é pronunciado, mas é revelado através do filho. Portanto, seu nome é grande.

Quem, então, seria capaz de pronunciar um nome para Ele, seu grande nome, a não ser aquele a quem o nome pertence e os filhos em quem o nome do Pai repousa, e que, por sua vez repousam em seu nome, já que o Pai não tem início? Ele sozinho gerou um nome para si no início, antes de ter criado os éons, para que o nome do Pai pairasse acima de suas cabeças como um senhor — isto é, o nome verdadeiro, firme em sua autoridade e no seu poder perfeito. Pois o nome não é tirado de categorias de palavras nem é derivado do modo comum de nomear, porque é invisível. Ele deu um nome para si mesmo, porque somente Ele o viu e porque somente Ele era capaz de dar-se um nome. Pois àquele que não existe não tem nome. Que nome lhe daria alguém que não existe? No entanto, aquele que existe, existe também com seu nome e somente Ele o conhece, e somente para ele o Pai deu um nome. O filho é seu nome. Ele, portanto, não o guardou escondi do secretamente, mas mostrou  o no filho. Ele mesmo lhe deu um nome. O nome, portanto, é o do Pai, assim como o nome do Pai é o filho. Pois de outra maneira, onde a compaixão encontraria um nome — fora do Pai? Mas alguém provavelmente dirá a seu companheiro: "Quem daria um nome a alguém que existiu antes dele, como se, em verdade, os filhos não recebessem seu nome daqueles que os fizeram nascer?"
Acima de tudo, então, cabe a nós repensar este ponto: o que é o nome? E o nome verdadeiro. E, na realidade, o nome que veio do Pai, pois é Ele quem possui o nome. Ele não tomou o nome emprestado, como no caso de outros, de acordo com a maneira particular como cada um é gerado. Este, então, é o nome de autoridade. Não há ninguém mais a quem Ele o tenha dado. Mas permaneceu não nomeado, não pronunciado, até o momento em que Ele, que é perfeito, o pronunciou; e somente Ele teve o poder de pronunciar seu nome e vê-lo. Quando lhe agradou, então, que seu filho fosse seu nome pronunciado e quando Ele deu-lhe este nome, aquele que veio da profundeza falou de seus segredos, porque sabia que o Pai era a bondade absoluta. Por esta razão, de fato, Ele o enviou para que ele pudesse falar a respeito do lugar de repouso do qual Ele havia surgido, e que pudesse glorificar o Pleroma, a grandeza de seu nome e a doçura do Pai.

Cada um falará a respeito do lugar do qual surgiu, e se apressará a voltar uma vez mais à região da qual recebeu seu ser essencial. E saiu daquele lugar — o lugar onde estava - porque provou daquele lugar, enquanto era alimentado e crescia. E seu próprio lugar de repouso é seu Pleroma. Todas as emanações do Pai, portanto, são Pleromas, e todas as suas emanações têm suas raízes naquele que fez com que todas elas crescessem dele. Ele determinou um limite. Elas, então, se manifestaram individualmente para que pudessem ser em seu próprio pensamento, pois aquele lugar para o qual elas estendem seu pensamento é sua raiz, que as eleva por todas as alturas até junto ao Pai. Elas alcançam sua cabeça, que é repouso para elas, e permanecem ali perto, dizendo assim que compartilharam de sua face por meio de abraços.

 Mas as desse tipo não foram manifestadas, porque não se superaram. Nem foram privadas da glória do Pai nem o consideravam pequeno, nem amargo, nem irado, mas absolutamente bom, imperturbável, doce, conhecedor de todos os espaços antes de eles terem existido e sem necessidade de ser esclarecido. Assim são aqueles que possuem do alto alguma coisa desta grandiosidade imensurável, enquanto se esforçam em direção desse uno único e perfeito que lá está para eles. E eles não descem ao Hades. Eles não têm dentro deles nem inveja nem lamentação, nem a morte. Mas repousam naquele que repousa, sem se esgotar nem se enredar na busca da verdade. Mas eles, de fato, são a verdade, e o Pai está neles, e eles estão no Pai, pois são perfeitos, inseparáveis dele que é verdadeiramente bom. Não lhes falta nada, mas repousam e são revigorados pelo Espírito. E ouvem sua raiz; e se comprazem em si mesmos, aqueles em quem Ele encontrará sua raiz, e não sofrerá dano para sua alma.

Assim é o lugar dos abençoados; este é o lugar deles. Quanto ao resto, então, que saibam, cada um no seu lugar, que não me convém, depois de ter estado no lugar de repouso, dizer nada mais. Mas eu estarei nele para me dedicar, por todos os tempos, ao trai do Todo e aos verdadeiros irmãos, sobre quem o amor do Pai jorra, e onde nada falia. São eles que se manifestam verdadeiramente, pois estão nessa vida verdadeira e eterna e falam da luz perfeita preenchida da semente do Pai, e que está em seu coração e no Pleroma, enquanto seu Espírito se rejubila nela e glorifica aquele em quem existe, porque o Pai é bom. E seus filhos são perfeitos e dignos de seu nome, porque ele é o Pai. Estes são os filhos que ele ama.
                                                                       Fim

novo, APÓCRIFOS, MARIA MADALENA


                             Evangelhos Apócrifos

                                Maria Madalena




Este Evangelho foi escrito provavelmente no século II. Foi através de um fragmento copta, que ele chegou até nós. O destaque fica para a estranha parábola que Jesus conta para Maria Madalena. Esta passagem ocorreu após sua crucificação.

FRAGMENTO DO EVANGELHO SEGUNDO MARIA MADALENA

1 - Salvador disse: "Todas as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão unidas, elas dependem umas das outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a essência da matéria somente se separará de novo em sua própria essência. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça".
Pedro lhe disse: "Já que nos explicaste tudo, dize-nos isso também: o que é o pecado do mundo?" Jesus disse: "Não há pecado; sois vós que os criais, quando fazeis coisas da mesma espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'. Por isso Deus Pai veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la a sua origem."

2 - Em seguida disse: "Por isso adoeceis e morreis [...]. Aquele que compreende minhas palavras, que as coloque-as em prática. A matéria produziu uma paixão sem igual, que se originou de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo o corpo se desequilibra.

3 - Essa é a razão por que vos digo: tende coragem, e se estiverdes desanimados, procurais força das diferentes manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça."Quando o Filho de Deus assim falou, saudou a todos dizendo: "A Paz esteja convosco.
Recebei minha paz. Tomai cuidado para ninguém vos afaste do caminho, dizendo: 'Por aqui' ou 'Por lá', Pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o procurar, o encontrará. Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino. Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas".Após dizer tudo isto partiu.

4 - Mas eles estavam profundamente tristes. E falavam: "Como vamos pregar aos gentios o Evangelho ao Reino do Filho do Homem? Se eles não o procuraram, vão poupar a nós?"
Maria Madalena se levantou, cumprimentou a todos e disse a seus irmãos: "Não vos lamentais nem sofrais, nem hesiteis, pois sua graça estará inteiramente convosco e vos protegerá. Antes, louvemos sua grandeza, pois Ele nos preparou e nos fez homens". Após Maria ter dito isso, eles entregaram seus corações a Deus e começaram a conversar sobre as palavras do Salvador.

5 - Pedro disse a Maria:"Irmã, sabemos que o Salvador te amava mais do que qualquer outra mulher. Conta-nos às palavras do Salvador, as de que te lembras, aquelas que só tu sabes e nós nem ouvimos."
Maria Madalena respondeu dizendo: " Esclarecerei a vós o que está oculto". E ela começou a falar essas palavras: "Eu", disse ela, "eu tive uma visão do Senhor e contei a Ele: 'Mestre, apareceste-me hoje numa visão'. Ele respondeu e me disse: 'Bem aventurada sejas, por não teres fraquejado ao me ver. Pois, onde está a mente há um tesouro'. Eu lhe disse: 'Mestre, aquele que tem uma visão vê com a alma ou como espírito?' Jesus respondeu e disse: "Não vê nem com a alma nem com o espírito, mas com a consciência, que está entre ambos - assim é que tem a visão [...]".

6 - E o desejo disse à alma: 'Não te vi descer, mas agora te vejo subir. Por que falas mentira, já que pertences a mim?' A alma respondeu e disse:'Eu te vi. Não me viste, nem me reconheceste. Usaste-me como acessório e não me reconheceste.' Depois de dizer isso, a alma foi embora, exultante de alegria. "De novo alcançou a terceira potência , chamada ignorância. A potência, inquiriu a alma dizendo: 'Onde vais?

7 - Estás aprisionada à maldade.

8 - Estás aprisionada, não julgues!' E a alma disse: ' Por que me julgaste apesar de eu não haver julgado? Eu estava aprisionada; no entanto, não aprisionei. Não fui reconhecida que o Todo se está desfazendo, tanto as coisas terrenas quanto as celestiais.' "Quando a alma venceu a terceira potência, subiu e viu a quarta potência, que assumiu sete formas. A primeira forma, trevas, a segunda, desejo; a terceira, ignorância,; a quarta, é a comoção da morte; a quinta, é o reino da carne; a sexta, é a vã sabedoria da carne; a sétima, a sabedoria irada.

9 - Essas são as sete potências da ira. Elas perguntaram à alma: ´De onde vens, devoradoras de homens, ou onde vais, conquistadora do espaço?' A alma respondeu dizendo: ' O que me subjugava foi eliminado e o que me fazia voltar foi derrotado..., e meu desejo foi consumido e a ignorância morreu. Num mundo fui libertada de outro mundo; num tipo fui libertada de um tipo celestial e também dos grilhões do esquecimento, que são transitórios. Daqui em diante, alcançarei em silêncio o final do tempo propício, do reino eterno'." Depois de ter dito isso, Maria Madalena se calou, pois até aqui o Salvador lhe tinha falado.

10 - Mas André respondeu e disse aos irmãos:"Dizei o que tendes para dizer sobre o que ela falou. Eu, de minha parte, não acredito que o Salvador tenha dito isso. Pois esses ensinamentos carregam idéias estranhas". Pedro respondeu e falou sobre as mesmas coisas.
Ele os inquiriu sobre o Salvador:"Será que ele realmente conversou em particular com uma mulher e não abertamente conosco? Devemos mudar de opinião e ouvirmos ela? Ele a preferiu a nós?" Então Maria Madalena se lamentou e disse a Pedro: "Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no mau coração ou que estou mentindo sobre o Salvador?" Levi respondeu a Pedro: "Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como adversário.

11 - Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós. É antes, o caso de nos envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos separaremos, como Ele nos mandou, e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma regra ou lei, além das que o Salvador nos legou."

12 - Depois que Levi disse essas palavras, eles começaram a sair para anunciar e pregar.
                                                            Fim

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

CCB é Processada em 1000 milhão reais !

Igreja congregação cristã do brasil é processada por membro e vai ter que pagar 1 milhão reais por danos morais , dados do processo abaixo

http://esaj.tjba.jus.br/cpopg/show.do?dadosConsulta.localPesquisa.cdLocal=-1&cbPesquisa=NMPARTE&dadosConsulta.tipoNuProcesso=UNIFICADO&dadosConsulta.valorConsulta=congrega%E7%E3o+crist%E3+no+brasil&vlCaptcha=tynqj&processo.codigo=26000061T0000

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Os Hinos Maçons da CCB !

HINOS AUTORES MAÇONS ADOTADO  PELA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL



Abaixo constam a autoria e a história de alguns dos centenas de hinos oriundos de inúmeras igrejas evangélicas americanas e europeias dos séculos XVIII, XIX e XX, e que foram adotados pela Congregação Cristã no Brasil.

A CCB não reconhece cristãos de outros grupos religiosos como irmãos na fé, sendo necessário que os tais sejam rebatizados se desejarem fazer parte do grupo, tomarem Santa Ceia, tocarem na orquestra etc. Além disto, a CCB considera ser a única igrejaque segue à risca a doutrina cristã apostólica em sua totalidade e, por isto, seus membros são proibidos de visitarem outras denominações evangélicas, correndo o risco de perderem cargos e ministérios na igreja, caso o façam.

No entanto, os hinos adotados pela Congregação Cristã foram em sua maioria copiados ou adaptados de outras denominações evangélicas (chamadas de seitas pela CCB) logo no início do movimento, nos Estados Unidos e no Brasil. Os autores destes hinos, se hoje estivessem vivos, não seriam consideradas verdadeiramente cristãs pela CCB. Eles necessitariam se adequarem à "doutrina" observada pela igreja, serem novamente batizados para só então poderem serem chamados de "irmãos" em Cristo.

Sobre o Hinário da CCB

A contracapa do hinário da CCB, entitulado HINOS DE LOUVORES E SÚPLICAS A DEUS (Livro 4), trás a seguinte nota: 

Este hinário é de uso exclusivo das Igrejas da Congregação Cristã no Brasil, e das que, em outros países, estejam ligados à mesma fé e doutrina.

Ou seja, somente as igrejas da denominação podem usar este hinário, inclusive as igrejas cujos autores-membros foram os criadores dos hinos que estão no hinário "Hinos de Louvores e Súplicas a Deus" não podem utilizá-lo.

As igrejas em outros países ligadas à CCB são aquelas que aceitam a liderança central da denominação, localizada na cidade de São Paulo, no bairro do Brás, de onde vem as orientações gerais, reconhecimento e registro para estas igrejas que, nada mais são do que um braço da Congregação Cristã em outro país.

Note a incoerência da CCB: aparentemente seus líderes desconhecem de onde vêm seus hinos, considerados os únicos inspirados por Deus

TÓPICOS DE ENSINAMENTOS – 1965
- HINOS PARTICULARES: CANTAR HINOS QUE PERTENCEM A SEITAS

Veio ao nosso conhecimento que, em inúmeras localidades a nossa mocidade e a irmandade em geral estão tomando este hábito de cantar hinos de seitas. Cantam em suas casas e pelas casas de famílias. Este hábito é uma novidade que está entrando e se não fazemos atenção acabaremos nos misturando com as seitas.Nunca jamais façamos isso. Deus tem preparado para Seu povo o novo hinário: “HINOS DE LOUVORES E SÚPLICAS A DEUS” Nº 04, contendo além da maioria dos hinos antigos, mais cento e quarenta hinos completamente novos. Assim pois, não é necessário estar cantando hinos de seitas (???). Recomendamos também a irmandade para deixar de cantar hinos feitos por irmãos nossos. Há irmãos que fizeram hinos até para casamento! Nós não temos este costume. Assim, devemos nos contentar com os hinos que o Senhor preparou de serem incluídos no novo Hinário e sejamos gratos a Deus também por esta benção e permaneçamos na obediência. (De onde vieram afinal tais hinos que constam no Hinário da CCB?)



Hino 4 – Grandioso és tu

(How great thou art)

A história deste hino, um dos mais populares do cristianismo, teve inicio após uma tempestade, literalmente falando. Carl Boberg (1859-1940), foi pastor, editor e membro do parlamento suíço.
Certo dia Boberg estava caminhando quando de repente uma tempestade se formou. O vento soprava severamente.
Após a tempestade, Boberg olhou para o alto e ouviu o sino de uma igreja ecoar. Foi neste momento que a letra do hino começou a se formar em seu coração.
O poema, chamado O Store Gud (traduzido Oh grande Deus)  foi publicado em 1891 no jornal “Testemunhas da verdade”, o jornal semanal que Boberg publicava.

Hino 5 – É bom louvar ao Criador

(I love to tell the story)

Letra de Arabella Katherine Hankey (1834-1911) e melodia de Willian Gustavus Fischer (1835-1912)
Katherine foi filha de um rico bancário inglês. Ela ajudou a organizar aulas para Escolas Dominicais para ricos e pobres na cidade de Londres.
Aos 30 anos de Idade, Katherine ficou muito doente. Durante o período de sua enfermidade, ela escreveu dois longos poemas relacionados a vida de Cristo. Um destes poemas deu origem ao hino “Tell me the old, old story” (Bendize oh minha Alma). Outra parte de do seu poema deu origem ao hino “I love to tell the story” (5- É bom louvar ao Criador).
Em 1867 Katherine participou de uma convenção internacional da YMCA (Young Men’t Christian Association) na cidade de Montreal, Canadá. Durante a convenção, um dos palestrantes, General Russell de Londres, leu os poemas de Katherine para a platéia. Entre os presentes, estava o notório músico gospel Willan D. Doane, o qual sentiu alegria em seu coração para compor melodias para as poesias de Katherine.
Posteriormente, músico e compositor Willian G. Fischer compos outra melodia para o então hino “I love to tell the history”, como atualmente consta no hinário da CCB.  Em 1875 ambos os hinos apareceram no hinário de “Bliss and Sankey”, chamado “Gospel Hymns and Sacred Songs (Hinos Evangélicos e Músicas Sacras).


Hino 10 – Jesus habita em meu coração

(I serve a risen Savior)

Escrito e composto por Alfred H. Ackley em 1933. Ackley foi ministro presbiteriano e viveu de 1887 a 1960. Compôs mais de 1500 hinos e também músicas seculares.
Rumores dizem que Ackley teria escrito o hino “He lives” em resposta a um sincero jovem estudante judeu que lhe havia indagado “Por que eu deveria louvar a um judeu morto?”

Hino 45 – Tú és o oleiro

(Have thy own way, Lord)



Este hino foi escrito por Adelaide A Pollard e a música composta por George C. Stebbins. Foi publicado em 1907 no hinário “Northfield Hymnal with Alexander's Supplement”. No mesmo ano, a canção foi introduzida em outros dois hinários.
Em 1902 Adelaide, uma professora de escola bíblica e escritora de hinos queria viajar em missão para a África, mas não tinha condições financeiras para tal. Sem esperanças, ela atendeu um serviço de oração certa tarde, e em determinado momento ela ouviu uma senhora dizer “Não importa o que tu faças conosco, Senhor, somente faço seu querer em nossas vidas”. A senhor inspirou Adelaide que também contemplou a história do oleiro em Jeremias 18:3. Ao seu retorno para casa, Adelaide escreveu as quatro estrofes do hino antes de ir para a cama.
Cinco anos mais tarde George Stebbins escreveu a melodia chamada “Adelaide” para acompanhar a poesia.

Hino 56 – Foi Jesus quem me salvou

(Since I have been redeemed)



Melodia e poesia compostas por Edwin O. Excell (1851-1921). Filho  de um pastor da Igreja Alemã Reformada, Edwin compôs mais de 2000 hinos. Fundou várias escolas de música pelos Estados Unidos e trabalhou na obra de evangelização com Sam Jones por mais de 2 décadas.
Excell também compôs a melodia dos hinos “Os meninos viram Jesus passar”, “Senhor, vem selar-me” e “Sei que ao findar...”

Hino 75 – Graça Maravilhosa

(Wonderful Grace of Jesus)



Este hino foi escrito e composto por Haldor Lillenas (1885-1959) em 1918.
Haldor nasceu na Noruega, mas sua família emigrou para os EUA quando ele ainda era criança. Foi educado na Universidade Deets Pacific Bible em Los Angeles, e posteriormente tornou-se pastor na Igreja de Narazé.
Haldor aprendeu a musica através de aulas particulares e cursos de correspondência. Com o tempo, ele obteve mais prestigio através de sua vocação musical do que com seu ministério pastoral. Em 1925, ele fundou a empresa Lillenas Publishing.
Ao longo de sua vida, Haldor escreveu mais de 4000 músicas.

89 - Hino Jesus me deu celeste hino

(In my heart there rings a melody)



Poesia e Melodia escritos por Elton M. Roth (1891-1951) em 1924.  Roth escreveu mais de 100 hinos, sendo que “In my heart there rings a melody” é o mais popular.
Sobre o surgimento deste hino ele escreveu:
Numa tarde quente de verão, sai para uma caminhada junto a uma plantação de algodão fora da cidade. No meu caminho de volta, caminhando pelas ruas quentes de uma típica vila rural, comecei a me sentir mal com o calor, e fiz uma pausa numa igreja de esquina. .
Abri a porta e entrei. Não havia ninguém, não havia nenhum ministro no púlpito. A tarde estava quieta, com uma atmosfera sacra. Comecei subir e descer o corredor e comecei a cantar: “In my heart there rings a melody”, então corri em direção ao quartinho do pastor para buscar algum papel. Desenhei um pentagrama e rabisquei a melodia, permanecendo lá por uma hora ou mais para finalizar a canção, tanto a letra quanto a melodia.
Naquela mesma noite eu estreei o hino em uma reunião a céu aberto com 200 crianças cantando, e as pessoas que assistiam também se uniram ao canto posteriormente.
Fiquei emocionado e parecia que meu todo o meu ser se transformou em uma música”
O hino apareceu pela primeira vez impresso no Roth’s Campaign Melodies, publicado em 1924. No ano seguinte ele apareceu no hinário “Hinos de Louvores nº 2, da Hoping Publishing Company (Editora Esperança).

Hino 112 –  Estou abrigado em meu Salvador

(He hideth my soul)

Letra de Fanny Crosby (1820-1915) e melodia de Willian J. Kirkpatrick (1838-1921)
Embora cega desde quando era um bebê (devido a um erro médico) Fanny Crosby escreveu mais de 8000 hinos.
Sobre sua cegueira ela escreveu: “Creio que foi pela intenção e providência de Deus que tenho sido cega toda minha vida, e o agradeço por esta dispensação. Se amanhã me fosse oferecida uma perfeita visão material eu não a aceitaria. Poderia se que eu não cantaria hinos de louvores ao Senhor se eu tivesse sido distraída pela beleza e pelas coisas interessantes sobre mim”.

Hino 139 –  A vida dei por ti

(I gave my life for thee)

Letra de Frances R. Havergal (1836-1879) e melodia de Phillip P. Bliss (1868-1876).

Frances era a filha mais nova do Reverendo William Henry Havergal, ministro da Igreja da Ingleterra.
Como parte de sua educação, Frances estudou em Dusseldorf, Alemanha. Na galeria de artes daquela cidade havia o famoso quadro de Sternberg, “Ecce Homo”, um quadro vívido de Cristo com sua coroa de espinhos perante Pilatos e o povo judeu. Sob o quadro havia as palavas: “Eu fiz isto por ti. E tú, o que fizeste por mim?” Após olhar fixamente para o quadro por um tempo, Frances pegou uma caneta e rascunhou em um pedaço de papel as estrofes daquilo que viria a ser o hino “139- A vida dei por ti. De volta à sua casa em visita, Frances anotou novamente as palavras que havia rabiscado enquanto visitava o museu, mas achou que a poesia não estava boa e jogou o papel  em um forno. Diz a história que o papel haveria flutuado para fora das chamas e caido no chão, onde mais tarde o pai de Frances (pastor William) encontrara as anotações, encorajando-a a compor a canção e escrevendo a primeira estrofe do hino.

Hino 253 – Só Jesus é amigo verdadeiro

(No one ever cared for me like Jesus)



Hino composto por Charles F. Weigle. (1871-1966).  De origem metodista, Weigle foi missionário evangelista e compositor de musicas sacras, compondo mais de 1000 canções das quais “No one ever cared for me Like Jesus” é a mais popular.
A letra foi escrita após um dos momentos mais escuros de sua vida. Maior parte do tempo de Weigle era dedicado à obra de evangelização e produção de hinos. Um dia, retornando de uma missão evangelista, Weigle encontrou uma nota deixada por sua esposa, com a qual havia convivido por muitos anos, dizendo que ela não suportava mais ser a esposa de um missionário, e o estava deixando com a filha pequena do casal.
Weigle ficou demasiadamente desapontado nos anos que se seguiram, chegando inclusive a pensar em suicídio. Ele se perguntava se alguém ainda se importava com ele. Por fim, sua fé foi restaurada e ele retornou ao seu trabalho para o Senhor.
Após este período, ele sentiu de escrever este hino, em resposta aos anos de tristeza que lhe antecederam.


Hino 322 –  Santo, Santo, Santo

(Holy Holy Holy)



Letra escrita por Reginald Heber (1783-1826) e melodia por John B. Dykes.
Heber era inglês e foi ordenado bispo da Igreja Anglicana em 1823, 3 anos antes de sua morte, sendo enviado para servir em seu ministério na Índia.
Heber escreveu a letra deste hino para celebrar o Domingo da Trindade,  que é o primeiro domingo após o dia de Pentecostes. O Domingo da Trindade é celebrado é pelas igrejas Católica, Anglicana, Luterana e Metodista.
A melodia deste hino foi escrita em 1861 especificamente para a poesia em questão, sendo denominada “Nicaea”, devido a ter havido o Concilio de Nicaea na Ásia Menor em 325 D.C, quando a doutrina da Trindade foi analisada e estabelecida como essencial e verdadeira da fé cristã.


Hino 354 – Todo a Cristo me entrego

(I surrender all)

Letra escrita por Judson W. Van DeVenter (1855-1939) e melodia composta por Winfield S. Weeden, em 1896.
“A canção foi escrita enquanto eu conduzia uma reunião em East Palestine, Ohio, na casa de George Sebring (Fundador da Conferência Bíblica de Campo em Sebring, Ohio, e mais tarde criador da cidade de Sebring, na Flórida).
Por um tempo, eu relutei entre desenvolver meu talento em Artes e trabalhar como um evangelista de período integral. No entanto, eu me rendi. Um novo dia raiou na minha vida. Tornei-me um evangelista e descobri no fundo da minha alma um talento. “Deus havia escondido uma canção no meu coração...”
DeVenter era Metodista.


Hino 439 – Cristo me ama

(Jesus Loves me)

A letra deste hino foi escrita por Anna B. Warner (1827-1915) e foi publicada em 1860 no romance de sua irmã Susan, chamado Say and Seal.
No livro a letra é direcionada a Jonny Fax, um garoto que está em fase terminal. Em 1862 Willian B. Bradbury encontrou o poema “Cristo me ama” ao ler o livro escrito por Susan, e compôs a melodia que deu origem à canção cristã mais popular entre as crianças dos Estados Unidos. Bradbury também escreveu o coro do hino: “Cristo me ama, Cristo me ama, Cristo me ama, a bíblia assim me diz”.

Profecias proferidas nos púlpitos da CCB

Profecias proferidas nos púlpitos da CCB





Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. 

Mateus 24:5

  • Deus está me mostrando que alguém entrou aqui dizendo: “Senhor, se tú não falar comigo hoje,esta  será a última vez que eu piso neste lugar”. Deus manda te dizer, irmão: “O seu lugar é aqui. Não abandone esta graça por nada”.

Alguém pode ser muita gente. Alguém seria quem, afinal de contas?
E quantas pessoas não entram, de fato, desanimadas nos templos da CCB e propoem não mais retornar naquele local, onde se fantasia uma realidade que não existe para a maioria das pessoas que ali se congregam?

  • Tem alguém aqui hoje que está com uma causa nas mãos do Senhor, mas diz o Senhor por esta Palavra hoje: “A tua causa está nas minhas mãos. Eu tomarei providência”

Que causa seria esta? Por que nas pregações nos templos da CCB o pregador nunca diz a qual causa se refere? Por que as pregações têm que ser tão subjetivas ? E por que novamente o pregador diz: tem alguém aqui que está com uma causa... ao invés de se dirigir diretamente á pessoa que Deus teria supostamente revelado? Por razões obvias, claro: se ele, o pregador,disser o nome de alguém, apontando para a pessoa, a suposta profecia pode não se cumprir, e será provado de que não houve profecia alguma, mas apenas uma tentativa de adivinhação, muito comum na CCB.

Agora se a pregação é vaga, sem um direcionamento específico, ninguém poderá questionar a veracidade da tal “revelação”. Então, na prática, o que acontece é o seguinte: Em uma igreja lotada, como acontece nos cultos em várias congregações com 500 membros ou mais, após a pregação de tal palavra nos dias que se sucedem, várias pessoas passarão por situações que de certa forma se assemelham à “profecia” que veio no culto. Estas pessoas então dirão que Deus cumpriu sua Palavra, e se levantarão nos próximos cultos para testemunhar o acontecimento.Outras que também ouviram a Palavra mas nada aconteceu de novo, dirão que “aquela pregação não foi para elas, e que elas pegaram Palavra errada”.

  • Esta enfermidade não é para morte, mas para que o meu nome seja glorificado.


Por que por diversas vezes a pessoa que busca uma Palavra a este respeito, ouve a resposta acima, mas no final a pessoa que está enferma entra em óbito?

  • Eu, o Senhor, te digo: Esta causa não é tua, ela é minha, irmão. O papel que está por baixo, eu vou pôr por cima.

Por que este tipo de pregação se tornou tão cliché na CCB? Em uma congregação de 400 pessoas, por exemplo, não seria provável que várias delas(senão todas) teriam algum tipo de “causa”? E por que Deus faria com que outras pessoas tivessem de esperar ainda mais, para privilegiar apenas os membros da CCB?

  • Esta graça não é de quem quer nem de quem corre, mas de quem Deus usa de misericórdia.

A graça de Deus não abrange a todo aquele que crê? Por que a CCB acredita ser ela mesma a graça de Deus? Não seria graça sinônimo de dádiva?

  • O Senhor separou para si um povo seu especial, zeloso e de boas obras.

Será que só quem faz parte da CCB constitui este povo especial? Será que não há pessoas fora da CCB que são zelosas de boas obras? Será que todos os que estão na CCB possuem boas obras?

  • O Senhor te diz hoje irmão: “Você quase pecou, chegou bem perto da morte espiritual, mas eu não deixei que você caisse nas mãos de satanás” (choros e manifestações estranhas nos bancos).

Por que na CCB a única coisa que se considera pecado é o sexo fora do casamento? E por que só se considera “pecado de morte “quando há penetração no ato sexual? E por que disse João que” aquele diz que não tem pecado, é mentiroso e não está nele a verdade?” Quem faz parte da CCB não peca? Não seriam todos mentirosos?

  • Você veio buscar a Palavra hoje, perguntando se é da minha vontade que você faça isto. O Senhor te diz por esta Palavra, irmão e irmã que está aqui esta noite: “ é da minha vontade. Onde você colocar as tuas mãos, eu porei as minhas”.
  • Alguém entrou aqui hoje e pediu para o Senhor a palavra. Diz o Senhor para ti hoje irmã: “Não é da minha vontade. Fica onde eu te coloquei.”

Quantas pessoas não saem confusas dos cultos após ouvirem pregações tão genéricas e subjetivas? Quantas expectativas se frustraram por causa de pregações semelhantes a estas?

E assim são as pregações realizadas diariamente nos templos da Congregação Cristã no Brasil, cheias de misticismo e subjetividade.

 Obviamente, todas as pessoas possuem expectativas, desejos, planos, frustrações, problemas e incertezas quanto ao futuro. Repito: TODAS AS PESSOAS passam por dificuldades em determinados momentos de suas vidas. Valhendo-se desta circunstância, pregadores evangélicos, incluindo os anciães e cooperadores da CCB, usam o momento da pregação da Palavra para proferirem “profecias”, “visões” e “revelações” genéricas ao povo. Quem vai no culto sai com a impressão de que Deus falou com ele cara a cara, crendo que houve uma promessa da parte de Deus para a solução do seu problema. Quantas vezes pessoas veem estas supostas promessas divinas se desvanecerem, e tudo continuar igual? Quantas infelicidades acontecem, tornando a vida dos crentes amargas em determinados momentos?

 Mas você poderá me dizer: mas quantas vezes estas ditas promessas se cumprem? Obviamente que como seres humanos, buscamos superar nossas adversidades e muitas das vezes a própria vida se encarrega de nos surpreender positivamente, e isto nada tem a ver com “profecias” proferidas dos púlpitos da CCB.


Assembleia de 2008 – Resumo de ensinamentos

"TESTEMUNHOS QUE CARECEM DE FUNDAMENTO
Propaga-se atualmente entre a irmandade, na hora dos testemunhos, que irmão ou irmã tiveram contato com mendigos, maltrapilhos e malcheirosos, que teriam sido anjos e que, assim, se cumpriu a Palavra que diz que “muitos, não o sabendo, hospedaram anjos”.

Esses relatos são fantasiosos e não dignos de crédito, aos quais a irmandade não deve dar atenção e devem cessar imediatamente."

O que não falta na CCB são testemunhos fantásticos. Não que milagres não aconteçam. Eles acontecem. Mas por que será que na CCB, estes testemunhos que fazem a irmandade manifestar, chorar, e glorificar, são sempre contado por terceiros, sem fontes nem informações confiáveis onde os fatos possam ser checados? Até mesmo anciães e cooperadores propagam tais testemunhos fantásticos, dizendo: "certa irmã no estado do Piauí", ou "em determinado local, uma família de irmãos...".

Fantástico mostra como ERA a Ku Klux Klan escola de luigi francescon CCB

                                                                   1979, Fantástico mostra como a Ku Klux Klan educava seus membros